Nesse primeiro domingo do mês vocacional dedicado ao Ministério Ordenado,
trazemos o testemunho vocacional de frei Jorge Maoski, OFM, que no momento exerce seu ministério
na Paróquia Santa Clara de Assis em Imbariê, Duque de Caxias, RJ.
O ano de 2023 em nossa Igreja está sendo dedicado à vocação. O tema deste ano vocacional é muito próximo do que entendemos por vocação: é uma graça, um dom de Deus, que chama para uma missão. O lema também é muito significativo: corações ardentes, pés a caminho. Sempre é bom lembrar que “vocação” é um chamado e todo chamado pede uma resposta. Tal resposta tem que ser livre e generosa. A vocação se dá a partir de um diálogo: Aquele que chama e o outro que é chamado. É claro que isso tudo supõe e exige liberdade, principalmente para aquele(a) que é chamado.
Dito isto, posso agora falar da minha experiência vocacional, no ministério ordenado, como religioso ordenado presbítero há quase 40 anos. Creio firmemente que minha vocação foi e continua sendo “Graça de Deus”. Para mim graça se aproxima muito de mistério, o qual não conseguimos explicar. Houve também, não posso deixar de dizer, a influência muito positiva da minha família, sempre assídua na participação da igreja. Fui crescendo e bebendo desta água boa até o momento de começar a responder livremente ao chamado. Hoje com toda certeza posso afirmar: Deus chama e a gente vai aprendendo a responder ao chamado. Como? No cotidiano da vida e com a ajuda das pessoas com as quais convivemos. O mesmo vale para o exercício do ministério ordenado. Se trata de um aprendizado, sempre exigente e desafiador em todas as situações.
Minha experiência enquanto religioso franciscano e presbítero há 39 anos completados no último dia 21 de julho, é de ser um pequeno sinal e instrumento de Deus no serviço que fui chamado a prestar e testemunhar junto ao povo, sempre na alegria, no amor e na fidelidade do pastoreio ao povo de Deus, dentro de um estilo sinodal e no carisma franciscano. Estou ainda aprendendo que vocação ao ministério ordenado é para o Reino de Deus, é gratuita e generosa, está ligado ao ser e não apenas ao fazer. É muito mais do que uma ocupação, é um estado de vida. E isso deve ser renovado a cada novo dia como forma de vencer a rotina, o desânimo, o cansaço e o simples fazer as coisas. Ao lado de serviços e “tarefas” que me forem confiadas, sei que fui chamado para animar, formar, cuidar desse povo de Deus. Ser um pequeno pastor do rebanho de Jesus é saber acolher, guardar, defender, ouvir, animar e estar junto ao rebanho. Tudo isso não se vive e não se faz só dentro da igreja. Aprendi isso ao longo do meu ministério. A missão do sacerdote também se dá e acontece para fora dos muros e portas da igreja. Esse discernimento é um caminho, sempre iluminado pela Palavra de Deus e pelos desafios que a vida vai apresentando.
As vezes somos levados onde não queremos ir, nem estar. Mas aprendemos, e eu aprendi no meu caminho de vida, que isso faz parte da vocação e da missão. O coração precisa continuar ardendo para que os pés sempre estejam a caminho! Louvo e agradeço a Deus pelo dom da minha vocação, sempre na esperança de continuar fiel ao chamado de Deus. Paz e bem.