O Senhor vos abençoe e vos proteja;
volte para vós os seus olhos misericordiosos,
e vos dê a Sua paz!

Derrame sobre vós as suas bênçãos em abundância,
e no céu vos coloque entre os Seus santos e santas!
Que o Senhor esteja sempre convosco,
e que vós estejais sempre com Ele!

Com a benção de Clara de Assis, celebramos este dia 11 de agosto, sua memória,  com intensa alegria.  A memória de Clara de Assis no contexto congregacional que estamos vivendo hoje, nos convoca a ter uma postura profética, a não consentir com nada que nos afaste do Projeto de Jesus Cristo (cf 2Ctln 14,17-18). Nos desafia a avançar com confiança, alegria e coragem, sendo criativas na busca de novas saídas.

Para Clara de Assis, seguidora fiel da “intuição” original de Francisco, bastava o Evangelho como luz e norma. Mostrou-se ávida aprendiz da pobreza de Jesus. Uma pobreza na qual a origem é a pessoa de Jesus Cristo Pobre e Crucificado, cuja consequência é o seu seguimento. Uma pobreza cheia de ternura, calor, perfume, proximidade, caridade. Demostrava isso, entre outras formas, ou outros momentos, no grande contentamento com que recebia os pobres, em São Damião.

O momento congregacional que vivemos nos leva a olhar confiantes para a atitude de Clara, que na força criativa do amor foi capaz de “abrir portas não costumeiras”, ao deixar a casa paterna para seguir Jesus Cristo na radicalidade (LSC 7,6).

Mulher corajosa e ousada, viveu a sua consagração numa entrega confiante e sem reservas, encarnando os valores do evangelho no chão concreto da irmandade, numa profunda intimidade com Deus, na contemplação cotidiana e no amor às suas irmãs e a todos os pobres.

O modo de ser de Clara em seu tempo, continua, inspirando-nos, iluminando nossos dias, marcados por neblinas e escuridão. Feridas da vida humana que se aprofundam, particularmente nos oprimidos e descartados pelo sistema excludente e na imensurável depredação de nossa Casa Comum,

O testemunho dessa nobre mulher, mostra-nos sua força e fé inabalável, capaz de dar um impulso para a renovação da Igreja. Em tempos de mudanças, tenhamos a mesma firmeza, convicção e ousadia, a mesma alegria e fidelidade no seguimento de Jesus Cristo Pobre, e capacidade de discernir o que Deus pede de nós.

Sua vida e sua história é envolta no mistério e no simbolismo da luz.(...) Em casa foi luminosa como um raio, no claustro teve o clarão de um relâmpago. Brilhou na vida, irradia depois da morte! Foi clara na terra e reluz no céu! Como é grande a veemência de sua luz e como é veemente a iluminação de sua claridade! Ficava essa luz fechada no segredo do claustro, mas emitia raios brilhantes para fora. Recolhia-se no estrito convento e se espalhava pelo amplo mundo.(...)Clara se calava mas sua fama clamava: trancava-se na cela e era conhecida pelas cidades afora”(BC9-14).

Nos mostra que sua vida foi marcada pela dinâmica do encontro (Test C2,24), da escuta (PC2,23) e do discernimento (RSC, IV). Em tempos de Reorganização somos provocadas a fazer a experiencia do encontro, na escuta ativa, saindo de nós mesmas deixando-nos transformar pela graça do Altíssimo.

Somos chamadas a ser luz, que ultrapasse nosso muros pessoais e coletivos, escutar e realizar discernimentos para manter viva a chama daquilo que nos move, a chama da esperança... Sua paixão pelo Reino continue inspirando nosso modo de ser e viver no mundo.

Que ao celebrar a festa de Santa Clara, nos deixemos iluminar por sua claridade! Que ela ilumine os caminhos que estamos trilhando no novo da Congregação!

Às irmãs da Província Santa Clara de Assis nosso grande e terno abraço pela celebração desta festa. Que Clara as revigore e as impulsione a prosseguirem firmes na vida-missão do cuidado, neste tempo capitular.

Abraçamos carinhosamente cada uma das irmãs, noviças,  simpatizantes e todas as jovens, que caminham conosco no processo formativo.

Nossa sintonia de modo todo especial com  as postulantes que farão nesta data, o ingresso  ao noviciado: Aline, Cleidiane, Luteria, Maisa, Maria Aquino, Mônica. Nosso desejo que, “avancem com confiança e alegria,” na resposta ao chamado.