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07 Agosto 2023
Ressonâncias do 15º Encontro Intereclesial de CEBs

 

“Vejam eu vou criar um novo céu e uma nova terra". Is 65,17 ss

O canto da siriema do Mato Grosso nos chamou e convocou. A hospitalidade e generosidade do povo matogrossense nos acolheu, e ao redor da mesa da Casa Comum nos reunimos para vivenciar, saborear e celebrar o 15º Intereclesial de Cebs, que aconteceu de 18 a 22 de julho na Diocese de Rondonópolis-Guiratinga-MT.

A mesa inclusiva da diversidade revelou o rosto de uma Igreja-Mãe, ao reunir mil e quinhentos participantes: cristãos leigos e leigas, LGBTQIAPN+, diáconos e padres, religiosos e religiosas, bispos católicos e representantes de outras Igrejas Irmãs, afrodescendentes, indígenas e juventudes. Foi surpreendente e animador para os participantes ver seus pastores (bispos) no meio deles, na fila de alimentação, afinal, acontecia ali a comunhão eclesial. Que saudade as pessoas sentiam dessa Igreja que se faz irmã, próxima e acolhedora.

O ver-julgar-agir-celebrar possibilitou que olhássemos para fora. Nossas entranhas se contorciam em dores de parto ao ver os rastros de depredação e morte deixados por séculos de colonização e por um sistema capitalista- neoliberal- mercantilista, que aumenta a desigualdade social, o número de desempregados, o trabalho escravo. Um sistema que causa a pior crise socioambiental destruindo os biomas, fontes e mananciais de água, ao investir nos megaprojetos como o agronegócio e mineração. Os grãos tornam-se commodities (mercadoria) e não alimentam os mais de 33 milhões de brasileiros que passam fome. O mundo urbano e tecnológico nos apresentam os desafios das mídias corporativas, os extremismos da ultra-direita, do negacionismo, do racismo, da migração, dos refugiados, da violência doméstica e aumento do índice de feminicídios.

 Ao voltar nosso olhar para dentro, sentimos o pulsar missionário da Igreja-Povo-de-Deus em diferentes realidades do Brasil. Tal realidade denunciou a ferida do clericalismo, que impede o protagonismo do laicato, como cristão batizado em seu múnus de sacerdote-profeta-rei; legitima os movimentos voltados somente ao devocionismo, em contraposição à pastoral de conjunto; uma Igreja preocupada com a exterioridade, triunfalista, distante dos pobres.  

Os olhos e os ouvidos se abriram e vimos e ouvimos brotar do ventre da Mãe Terra, o clamor e o sonho de Deus de “Um novo céu e uma nova Terra”, onde seremos revestidas da vida nova em Cristo como povo ungido e escolhido. Como Igreja Madalena, que bebe da fonte da Palavra de Deus, alimenta-se da Palavra da Igreja – Concilio Vaticano II e Magistério. Enfim, uma Igreja em Saída conduzida pelo Sopro da Divina Ruah, que  traz a novidade das periferias, das brechas e caminhos que garantem o protagonismo do leigo e da leiga,  onde emerge a voz silenciada das mulheres e se consolida a aliança com  os mais vulneráveis, enfim, onde todos/as RESPIRAM, O SOPRO FECUNDO QUE FAZ NOVA TODAS AS COISAS.

O AGIR nos enviou para cuidar de manter o entusiasmo pela missão, para que as CEBs mantenham o coração ardendo pela Palavra, tenham os pés nas periferias, nos grupos bíblicos de reflexão, como sementes de novas comunidades. E em tudo, valorizar a força dos pobres nas iniciativas comunitárias, não permitir que nos roubem as comunidades.

Para que tudo acontecesse de uma forma harmonizada, mente, coração, mãos e pés se colocaram à caminho, com destaque ao dedicado trabalho e participação das Irmãs Catequistas Franciscana (Província STMJ) e de tantas equipes de serviço. As sementes lançadas pelo saudoso Dom Juventino Kestering germinaram, cresceram e deram muitos frutos. Nesse processo de abertura e sinodalidade foi possível a participação dos povos indígenas de todos os regionais da CNBB. Do regional Oeste 1 estiveram   presentes três lideranças do Povo Guarani e Kaiowa: Anastácio, Quênio e Lydiane que contribuíram de forma significativa nas plenárias temáticas e na elaboração da Moção contra o Marco Temporal.

O 15º Intereclesial foi a concretização da profecia de “Um Novo Céu e Uma Nova Terra”, vimos, ouvimos e sentimos o pulsar de uma Igreja em Saída na alegria e compromisso dos participantes, na presença dos nossos Pastores, no protagonismo de leigos e leigas, na visibilidade das minorias e assim podemos afirmar que o sonho de uma Igreja Madalena, Samaritana e Sinodal está em nossas mãos, se os pés estiverem plantados onde os pobres clamam pelo direito a EXISTIR.

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Ir. Zélia Maria Batista – CF- Participante como delegada do Regional Oeste I.

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