Tema: “Fraternidade e amizade social”

Lema: “Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt 23,8)

A Campanha da Fraternidade “é um modo brasileiro de celebrar a quaresma” (cf. Texto Base, 5). A   CF, “é uma campanha de evangelização” (cf. TB, 2) que, com o tema proposto, quer “alcançar o coração dos cristãos, fazendo-lhes retornar ao coração do Evangelho” (cf. TB n. 3).

Este ano de 2024 marca os 60 Anos de mobilização da Campanha da Fraternidade em todo Brasil. O tema “amizade social” fundamenta-se na Encíclica “Fratelli Tutti” (FT) do Papa Francisco, publicada em outubro de 2020. Nesta encíclica, o Papa apresenta “seu projeto de fraternidade baseado na amizade social e no amor político, tendo o diálogo como caminho necessário para a cultura do encontro” (cf. Texto Base, 15).

O Papa Francisco, para elaborar a “Fratelli Tutti”, isto é, “Todos Irmãos” inspirou-se em Francisco de Assis que, como um “irmão universal” e “sem fronteiras”, contribuiu com a Igreja e a sociedade de seu tempo a entender a “fraternidade e a amizade social”: “São Francisco que se sentia irmão do sol, do mar e do vento, sentia-se ainda mais unido aos que eram de sua própria carne. Semeou paz por toda parte e andou junto dos pobres, abandonados, doentes, descartados, enfim, dos últimos”. (FT 2).

Nesta inspiração e com a reflexão a partir de “numerosas cartas e documentos recebidos de pessoas e grupos de todo mundo (cf. FT, 5)”, o Papa nos diz que “amizade social” é AMOR: “amor que ultrapassa as barreiras da geografia e do espaço...”; “uma fraternidade aberta, que permite reconhecer, valorizar e amar todas as pessoas...” (FT, 1); um amor “desejoso de abraçar a todos” (FT, 3); disposto a “comunicar com a vida o amor de Deus...” e  “viver livre de todo desejo de domínio sobre os outros” (FT, 4); é “amor que se estende para além das fronteiras” (FT, 99), e se estende “para todo ser vivo” (FT, 59); é o “amor que rompe as cadeias que nos isolam e separam, lançando pontes... que permitem construir uma grande família; amor que “sabe de compaixão e dignidade” (FT, 62).

O Papa Francisco continua a nos dizer que “amizade social” é nossa VOCAÇÃO: “vocação para formar uma comunidade feita de irmãos que se acolhem mutuamente e cuidam uns dos outros” (FT, 96). Somos vocacionados ao amor: “O amor coloca-nos em tensão para a comunhão universal. [...] “o amor exige uma progressiva abertura, uma maior capacidade de acolher os outros em uma aventura sem fim, que faz convergir todas as periferias rumo a um sentido pleno de mútua pertença. Disse-nos Jesus: ‘Todos vós sois irmãos’ (Mt 23,8)” (cf. FT, 94,97,95; Texto Base da CF, 15,16,17).

Viver e celebrar a quaresma à luz do tema e lema da CF/2024, implica em VER a realidade: “Onde está teu irmão? (Gn 4,9); em ILUMINAR a vida fraterna: “Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt 23,8); em AGIR, dar espaço, buscar soluções conjuntas: “Alarga o espaço de tua tenda” (Is 54,2). E requer espírito de conversão pessoal, comunitária e social, acolhendo a proposta de construir a “cultura do encontro”, no caminho da “Amizade social” que acontece no “diálogo” e na “escuta”:  

Amizade: dom de Deus, “caminho de humanização e de renovação das relações fraternas, que nos permite existir e viver com a responsabilidade e o compromisso de transformar a própria vida e a vida do outro” (cf. TB 6);

Diálogo: “caminho para ver a realidade de maneira nova, para viver com entusiasmo os desafios da construção do bem comum” e “caminho necessário para a cultura do encontro” (cf. TB 7 e 15);

Escuta: “é a característica de um encontro humano, e um paradigma de atitude receptiva [...] acolhe o outro [...]. São Francisco de Assis “escutou a voz de Deus, escutou a voz dos pobres, escutou a voz do enfermo, escutou a voz da natureza. E transformou tudo isso em um estilo de vida. Desejo que a semente de São Francisco cresça em muitos corações” (cf. FT, 48).

Com o refrão do Hino da CF cantamos: “Vós sois todos, irmãos e irmãs” (Mt 23,8), é Palavra de Cristo, o Senhor; pois a fraternidade humana deve ser conversão e valor. Seja este o tempo propício (cf. 2Cor 6,2), para abrir-nos, enfim, ao amor!”