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26 Abril 2024
Na Dança do Carisma!

 

Descalçando o Coração na Vivência da Simplicidade!

Ainda respirando Ressurreição e já esperançosas/os com o sopro do Espírito que renova a face da terra (Sl104,30) nesta dança de hoje, solfejaremos algumas notas sobre a simplicidade. Temos consciência de que falar sobre ela não é tão simples, pois ela abrange todas  as dimensões do carisma das Imãs Catequistas Franciscanas. Diríamos parafraseando Clarice Lispector, “que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade com muito empenho”. Todavia é encantador e acima de tudo interpelador os testemunhos sobre a sua vivência.

A simplicidade é irmã gêmea da sabedoria, nos diz São Francisco no Elogio às Virtudes (Saudação às Virtudes,1) e recomendava a seus irmãos que praticassem a pura simplicidade, (a humildade, a oração e a pobreza) porque ela é o único caminho que Cristo nos ensinou, tanto com a palavra quanto com o exemplo (cf. 2EP, 72). E o Papa Francisco, como bem sabemos, vem afirmando e testemunhando desde o início de seu pontificado “Uma igreja pobre para os pobres”.

A vivência da simplicidade transparece na vida de nossas primeiras irmãs e em tantas outras. Ela está ali espelhada no dia a dia no modo de viver e no desempenho da missão. A Crônica nos diz que Frei Bruno recomendava “manterem o espírito primitivo da santa simplicidade, modéstia e fervoroso amor à missão”. (Em resposta ao clamor do povo. Valandro Ede, p 184). As nossas constituições confirmam que a simplicidade é característica de nossa origem e que o testemunho dos pobres nos interpela a vivê-la com maior radicalidade (CCGG 6)

A vida simples, sofrida e frugal dos agricultores foi o ambiente e o modo de viver das primeiras irmãs: em casas isoladas como os outros, enfrentando o medo e a insegurança; semelhantes no comer, no vestir, na locomoção, na busca de sustento, contraindo as mesmas doenças e se curando com os mesmos recursos usados pelo povo. Quanto amor, quanta simplicidade e austeridade pessoal em nome da causa e da fé em Deus que as chamara, em Jesus Cristo que entregou a vida pelos seus “ até o fim”.

Alegra-nos também em nossos dias poder contemplar a simplicidade na vida de muitas irmãs e simpatizantes do carisma. A partilha de Irmã Olga Ferreira (91) ao ser convidada a falar sobre a simplicidade é um dos testemunhos: “Simplicidade é não ter ‘dublês’, não ‘esconder’ nada, ser o que realmente se é. É viver com o que é importante e deixar o que não é necessário. O exemplo de simplicidade e humildade de Santa Terezinha do Menino Jesus marcou minha vida. Em seu livro “História de uma Alma” descobri a grandeza de sua simplicidade, amor, entrega total. A simplicidade faz parte de minha vida. Nasci numa família muito simples e cristã (...) A etapa de formação que antecedeu meus primeiros votos (25/12/1951) foi muito simples e quase diria precária, pois necessitávamos trabalhar muito para ajudar na manutenção”. Para ela, a vivência da simplicidade nos abre à itinerância nos dando a consciência de que Deus é quem nos conduz, nos levando a acolher tudo como graça: “Passados vários anos depois da aposentadoria, Deus nas suas imprevisibilidades me chama para a Guatemala, onde partilhei da missão durante 15 anos, mas a abundante graça de Deus nunca me faltou”. Como podemos perceber na conclusão de sua fala, a simplicidade não tem idade para ser vivida: “ Hoje, com meus 91 anos, estou na Casa Mãe, em Rodeio, colaboro nos trabalhos de jardinagem e outros. Faço-os com muita alegria. Procuro também ser elo de unidade e de bem querer. E sinto-me muito feliz”!

Sem dúvida, a simplicidade está muito presente em diversos aspectos do nosso cotidiano. Mas não podemos continuar descalçando nosso coração com mais intensidade? Na vida de nossas primeiras irmãs há um forte chamamento a moderar nosso desejo consumista, a radicalizar a vivência da solidariedade. Há uma clara provocação à itinerância geográfica e do coração; a nos dispormos à pluralidade de culturas e de tempos, para que mais livres, possamos buscar o essencial. (Berri, E. in “ Missão e Diaconia pg. 10/11). De certo modo, não é isto que está nos pedindo o processo de reorganização? A dimensão socioambiental assumida como uma das áreas de nossa atuação é também um convite a aprofundar a força transformadora da simplicidade presente em nossas origens.

A simplicidade ajuda a esvaziar o coração de muitas coisas e ocupações, deixando-nos livres para ir além de nós mesmas, num abraço incondicional à irmandade universal. Só a pessoa simples é capaz de contemplar a beleza de todas as pessoas e de todas as coisas. A simplicidade abre-nos o coração à liturgia da profunda gratidão.

Alguém já dizia A simplicidade nos possibilita sentir a magnífica bênção dos detalhes divinos. Vamos pois, todas/os e cada um/a compartilhar e multiplicar estas bênçãos, intensificando a vivência da simplicidade.

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmã Eunice Berri e Carmelita Zanella

Comentários  

#2 LUISA IRENE GOMES 10-05-2024 09:08
A simplicidade é, antes de tudo um deixar-se mover por Deus, pelo Espírito Santo. E, mesmo havendo um plano a ser seguido, estar aberto às interferências do Divino, reconhecendo-o e acolhendo-o. O que sempre me chamou a atenção na vivência com as Irmãs Catequistas Franciscanas, foi exatamente a simplicidade. Minha mãe e fundadora de comunidade. Então, eu nasci na comunidade. Zona rural, Natureza, simplicidade. Longe da cidade. E como Deus Javé que vai ao encontro de seu povo, um dia, uma irmã catequista franciscana veio ao meu encontro, me olhou, me enxergou e me chamou pelo nome. Grande foi minha alegria. Ela fez-se simples como simples era a minha realidade. E fui respondendo ao chamado, seguindo na simplicidade como Simpatizante do Carisma das Irmãs Catequistas Franciscanas há mais de quarenta anos. Aqui estou, servindo na comunidade, no canto, na liturgia, na conversa com os vizinhos, mantendo a simplicidade, apoiando os movimentos populares com os mais empobrecidos, admirando por demais o trabalho da irmãzinha com os moradores de rua e com os índios venezuelanos que foram acolhidos nesta cidade. Assim, na simplicidade, como Simpatizante, vou vivenciando o Carisma das Irmãs que muito me ensinaram e continuam ensinando a cada dia.
#1 Maria Fachini 30-04-2024 22:27
Difìcil ser simples num mundo cada vez mais complicado. Valeu o testemunho de Irmã Olga. Obrigada!

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