...o nosso trabalho começa com o testemunho de um bom cultivo de nossa própria vocação...

Queridas irmãs, formandas e amig@s do Carisma, nos dias 30 de maio a 02 de junho realizou-se em Guaratinguetá – SP, o Encontro Nacional do Serviço de Animação Vocacional (SAV) da Conferência da Família Franciscana do Brasil (CFFB). O mesmo teve como tema motivador: O Cuidado no Acompanhamento e no Processo Formativo.

O facilitador da reflexão, Frei Antônio Corniati, foi muito pertinente ao longo de sua fala ao nos dizer que o problema crucial na Vida Religiosa Consagrada é a identidade; que cada pessoa deve examinar seu próprio testemunho; deve basear sua vida em se conhecer e amar, pois a Congregação será o que for cada irmã. Enfatizou ainda que “o nosso modo de existir é responsabilizar-se em ser, sabendo que idade não dá maturidade para ninguém. Maturidade vem de trabalho interior”.

Frei Antônio nos desafiou a tratar com dignidade a graça de nossa vocação e do seguimento, eliminando todo e qualquer fundamento vazio que possa existir em nós, pois o Senhor é 100 por cento em cada pessoa, só temos que escutá-lo.

Frei Antônio pontuou que hoje, fala-se muito de métodos, modos, sistemas e estilos de como conduzir e educar as nossas jovens formandas, isto é, de como conduzir a formação. Defende-se um e outro método. Tudo isso é certamente necessário. Mas, por maior que seja a nossa competência e nossa responsabilidade, há uma verdade que, em se tratando de vocação religiosa, jamais podemos esquecer: o âmago da questão da perseverança vocacional não está nisso ou naquilo; que nós, a partir de nossas medidas, habilidades e competências, discutimos, criticamos, raciocinamos e programamos, mas sim, a verdade é que se trata de um chamado que vem do Deus, que habita uma luz inacessível (cf. 1Tm 6,16). Por isso, pode ser que nós semeemos bem ou mal, reguemos bem ou mal, mas quem dá o incremento decisivo é nosso Deus.

Contudo dizia Frei Antônio: “a/o formadora/o deve saber que o respeito e reverência ao dom da vocação da/o formanda/o não a/o exime da função de agente de discernimento vocacional, do qual não pode abdicar-se, sem prejuízo ao processo formativo. Com efeito, a formação é delicada qual tesouro em vaso de argila (Cf. 2Cor 4,7) e basta pouco para arruiná-la.

Para nós formadoras e animadoras vocacionais, ficou muito claro que o nosso trabalho começa com o testemunho de um bom cultivo de nossa própria vocação, que devemos trabalhar cordialmente como servas inúteis para fomentar, cultivar, acompanhar nossas jovens para despertar em seus corações, o zelo e a afeição pelo dom de sua vocação.

O encontro formativo nos trouxe grandes provocações e a certeza de que existe um modo bem eficaz de trabalhar na formação. É simplesmente, deixar de lado toda dúvida, angústia, medo, ressentimento e trabalhar cordialmente o que se sabe e pode fazer, trabalhar em cheio, corpo a corpo, sem se incomodar com o resto, cientes de que somos servas inúteis que trabalham para um Senhor, cujo caminhos são maravilhosos, mas inteiramente fora de nossas medidas, cujo olhar tem o alcance de uma eternidade (Cf. Lc 17,10). Agradecemos a Província Santa Teresa do Menino Jesus, na pessoa de Irmã Cristina Souza, que nos fez o convite para participar deste encontro. Participamos eu, Irmã Cláudia Alves do Nascimento e Irmã Catiana da Silva Menezes. Um abraço cheio de muita ternura a tod@s.