Na Sinfonia Vocacional que é a Igreja, nesse primeiro domingo de agosto, celebrando os ministérios ordenados, temos o belo testemunho de padre Dodji Eméric Lionel Dofonnou.
Sou padre Dodji Eméric Lionel Dofonnou, Missionário Comboniano do Coração de Jesus, natural do Togo, pais do oeste da África. Moro em Curitiba e atuo no acompanhamento dos jovens que desejam entender e discernir o chamado de Deus em suas vidas. Sou sacerdote há 7 anos, e logo depois da ordenação fui enviado para missão no Brasil.Sinto-me muito feliz de vivenciar a minha vocação missionária nas terras brasileiras, aprendendo cada dia com o povo de Deus e sobretudo com os aspirantes à vida missionaria comboniana.
Ser sacerdote, como qualquer vocação, é sempre um desafio, sobretudo nos tempos atuais, com as mudanças nos vários setores da sociedade, inclusive dentro da Igreja. Vivo o meu serviço missionário deixando-me inspirar cada dia pelas atitudes de Jesus, esforçando-me para me deixar formar e modelar por ele, para que eu me torne um instrumento do Espírito na missão de acompanhar os jovens no seu caminho de discernimento.
Neste tempo de sinodalidade em que o Papa Francisco convida toda a Igreja a um caminhar juntos, se faz necessário mais do que nunca, o sacerdote nunca esquecer o que salientava bem o Concilio Vaticano II “o sacerdote faz parte do povo, foi escolhido do meio do povo para se colocar a serviço do povo de Deus, dom para o povo. Ele é servo de Cristo para ser, a partir dele, por ele e com ele, servo dos homens” (Congregação para o clero, Instrução O presbítero, pastor e guia da comunidade paroquial, 2002, n° 5).
Redescobrir o ser parte do povo e eleito para servir o povo de Deus. nos recorda a urgência do caminhar juntos, não acima do povo, mas com o povo, vivenciando juntos as alegrias e tristezas, as esperanças e os desafios de uma fé incarnada, que é chamada a testemunhar o Reino de Deus seguindo os passos de Jesus, como nos ensinam os evangelhos. Em poucas palavras, se tornar “pastor com o cheiro das ovelhas”, como nos ensina o Papa Francisco desde o início do seu ministério a serviço da Igreja Universal, é a missão do sacerdote em tempo de sinodalidade. Por isso ser sacerdote nos nossos tempos é reaprender a abraçar a virtude da humildade e lembrar que é Cristo que deve ser louvado nas nossas escolhas e atitudes em favor do seu povo; é Cristo que deve aparecer e ser encontrado pelo povo, quando se encontra e se relaciona com o seu ministro ordenado.
Para isso o sacerdote precisa da oração do povo, para quem ele aceitou se colocar a serviço no dia da sua ordenação sacerdotal, e a abertura para receber ajuda desse povo para cumprir melhor a sua missão. Oração, abertura, humildade, paciência, dedicação e confiança em Jesus que o chamou é o que se espera do sacerdote em tempo de sinodalidade eclesial. É a isso que me sinto chamado no exercício do meu serviço missionário e peço a Maria, nossa Mãe Aparecida que me ajude a incarnar no meu cotidiano os sentimentos e atitudes do coração de Jesus.
A vocês que terão a paciência de ler esse texto prometo as minhas orações neste caminhar juntos em que somos chamados e peço humildemente as vossas orações para que haja mais vocações missionarias na Igreja.
Você, jovem: não tenha medo de aceitar o convite de Jesus, ele te ama e quer a tua colaboração, para que o Deus de amor e misericórdia seja anunciado no mundo inteiro.
Mil vidas para a missão, e você?
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