Como todas, a vocação laical é de suma importância para a vida da Igreja e na sociedade. Cada vocação é específica e cada qual tem igual valor e importância. Diante de Deus ninguém é maior ou mais importante que o outro.
A importância do leigo e da leiga na Igreja Católica, é uma realidade que se torna evidente a partir da eclesiologia do Povo de Deus, apresentada pelo Concílio Vaticano II, que, não apenas apresenta a dignidade da vocação laical, como conclama o laicato a atuar na Igreja e em todas as esferas da sociedade, a fim de que a mensagem cristã seja difundida neste mundo repleto e acelerado de transformações (cf. LG 9).O leigo, a leiga é, portanto, agente, protagonista que contribui de forma ativa na evangelização e demais ações da Igreja, e atua no mundo com a missão de sal e luz que visibiliza a irmandade entre todos e com todas as criaturas, buscando superar as exclusões, marginalizações e desafios delas decorrentes.
Lúmen Gentium 31, enfatiza que a vocação própria dos cristãos leigos e leigas é contribuir para a santificação do mundo, agindo dentro dele como o fermento age dentro da massa. Portanto, agir segundo a dinâmica imanente do mundo.
Respeitar as leis e os valores próprios da criação e da sociedade humana com a missão de fazer presente e operante a Igreja naqueles lugares e circunstâncias, “onde ela só por meio deles pode vir a ser sal da terra” (LG 33). É fundamental ter presente que o leigo e a leiga desempenham sua missão evangelizadora, sem se afastarem das estruturas mundo e da sua condição secular. Portanto, sua missão é transformar o mundo, conforme o Espírito de Jesus Cristo.
A missão do leigo e da leiga na sociedade apresenta-se hoje como uma forma de evangelização em que aspectos diversos podem ser acentuados conforme as exigências da realidade e a vocação pessoal de cada um, de cada uma, pois “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo, e nada existe de verdadeiramente humano que não encontre eco no seu coração” .
“Os cristãos leigos e leigas, na Igreja e na sociedade, devem ter olhares luminosos e corações sábios, para gerar luz, sabedoria e sabor, como Jesus Cristo e seu Evangelho”.
O leigo e a leiga não consiste em um sujeito passivo, dentro da Igreja, como se fosse apenas um consumidor dos bens salvadores dispensados pelo clero, mas são, como escreveu Bento XVI, em carta a ação católica, em 23 de agosto de 2012, “...corresponsáveis, junto aos sacerdotes pela ação evangelizadora da Igreja e não devem ser redimensionados a meros colaboradores do clero”.
Ser leigo é saber dizer: “Mestre, onde moras?” e saber ouvir: “vem e vê!” e para isso, buscar o discernimento, no Espírito que nos fortalece na fé, na esperança e no amor. A Igreja só tem razão de ser, se estiver inserida no mundo, e se faz presença no mundo pelos leigos, “Povo de Deus”.