pg incial 2018

Você está aqui: HomeNotíciasMês da Bíblia - 2024
11 Setembro 2024
Mês da Bíblia - 2024

 

Porei em vós meu Espírito e vivereis

(Ez 37,14)

A Comissão de Animação Bíblico-Catequética da CNBB, em conjunto com outras instituições bíblicas, escolheu, para o Mês da Bíblia de 2024, como Tema: O Livro de Ezequiel (Ez) e o Lema:Porei em vós meu Espírito e vivereis” (Ez 37,14), em preparação ao Ano Santo em 2025, que terá como tema central a “esperança”, visto que, o Profeta Ezequiel, assumiu a missão de despertar e esperançar a comunidade judaica, durante o exílio da Babilônia.

Ezequiel, cujo nome em hebraico significa “que Deus torne forte”, de família sacerdotal, atuava em Jerusalém, com pregação ligada ao culto, preocupado com a lei do “puro e impuro”, com a “idolatria”, com a restauração do povo de Israel que se daria a partir do Templo e da redistribuição da terra (Ez 40-48). Contudo, com a invasão de Nabucodonosor, rei da Babilônia, o Templo e a cidade de Jerusalém foram destruídos e as pessoas influentes de Jerusalém foram executadas. Ezequiel foi exilado para a Babilônia com a família (cf 2Rs 24,12-16), juntamente com artesãos e as pessoas influentes, residentes em Jerusalém, as classes tanto políticas como religiosas.

No cativeiro, Ezequiel fez a experiência da dureza do que é ser escravo, que o levou a aproximar-se, a perceber e sentir a dor dos pobres e do povo que viu cair por terra, tudo o que lhe dava segurança: a terra, a cidade de Jerusalém, o Templo, o Reinado e as lideranças. Mais que isto, experimentou o “vazio interior” e a fé em Javé desmoronada. Envolvido nesta situação de extrema crise e desolação, Ezequiel percebe que Javé o chama e lhe confia a missão profética de ser a voz da esperança, anunciando um retorno à terra, uma vida nova, numa sociedade nova (Ez 11,16-21).

Ezequiel, inicia sua missão profética, inserindo-se nas comunidades de israelitas exilados que se estabeleceram em áreas de agricultura, às margens do rio Cobar. Ali o Espírito o põe de pé, o capacita a escutar e discernir, isto é, “mastigar o livro da amargura”; assimilar as angústias, os gemidos, as alegrias e esperanças do povo rebelde; a dispor-se a anunciar a Palavra e esperançar a vida desse povo; a ser resistente e ter cara dura como a rocha para enfrentar a realidade e ser sentinela, sempre atenta, em defesa do povo (Ez 2,1-10).

Ezequiel, sabe que o chamado à missão profética não será fácil, mas a aceita convencido que Deus caminha ao seu lado: “a mão do Senhor era forte sobre mim” (Ez 3, 1-15). Era preciso estar bem atento e denunciar ao que vinha acontecendo com Judá e com Jerusalém e seus dirigentes tanto políticos como religiosos, (cf. Ez 4-24) por conta de sua infidelidade ao promover a idolatria e atuação injusta em relação ao povo e convocá-los a conversão, ao reconhecimento de sua culpa (Ez 18); era preciso perceber e apontar ao que vinha sendo tramado pelas nações, cidades e chefes estrangeiras em relação a Judá e Israel (cf. Ez 25-32).

Ezequiel percebe que era preciso dar mais um passo: encontrar um novo caminho da vida junto ao povo, sofrido, desanimado, era preciso esperançar a vida e, para tanto, o povo precisa assumir a responsabilidade, pessoal e comunitária pelo fracasso histórico de um sistema que se corrompeu e provocou a ruína da nação. Era necessário a conversão, a mudança de mentalidade e seguimento de um novo estilo de vida: “convertei-vos e vivereis” (Ez 18, 20-28 e 33,10-20). Era necessário dispor-se a Deus: reconhecer que Deus continua fiel a sua Aliança e está disposto a ajudar seu povo a sair dessa situação, estabelecendo um novo êxodo e uma nova criação: “O Senhor purificará seu povo...” “darei a vocês um coração novo, e colocarei um espírito novo dentro de vocês...” (Ez 36,16-38). E o povo transformado, purificado, vai renovar a Aliança com Deus (Ez 36,28).

Ezequiel tem uma certeza: quem conduz para alcançar este futuro novo é Javé, que está sempre presente e vai guiando seu povo no lugar das lideranças infiéis; Deus mesmo será guia do seu povo (Ez 34), vai conduzir um novo êxodo, o retorno à terra e a redistribuirá entre as tribos de Israel (Ez 40-48). Assim vai acontecer o reconhecimento do retorno universal da Glória do Senhor (Ez 38-39); 43) por meio da renovação do templo; A renovação do culto e de seus ministros e do serviço litúrgico (Ez 43-46) e com a Jerusalém restaurada e o templo renovado (Ez 48, 30-35).

Projetando um novo futuro, sócio-ambiental-religioso, através de oráculos, ameaças, exortações e ações simbólicas e por meio de palavras de consolação, Ezequiel vai esperançando o povo de Israel (cf. Ez 40-48). Contudo, somente a pregação não foi suficiente, era preciso “descer” junto aos últimos, os desencantados, os esgotados de força e vigor, descartados, humilhados, que pareciam mais “um vale de ossos ressequidos” e circular em torno deles e profetizar, tal como a Palavra criadora (Gn 1), convoca o Espírito para libertar e restaurar a vida: “Porei em vós meu Espírito e vivereis” (Ez 37,14). E “o Espírito penetrou neles, e reviveram, colocando-se de pé” (Ez 37,10). E o povo renovado, pela força do Espírito, deu-se as mãos e caminhou.

“Quando os pés o chão tocarem, para a dança começar;

Quando as mãos se entrelaçarem, VIDA nova há de brotar...

Uma só será a mesa, Terra Mãe será o altar.

O sustento, a natureza, em milagres, vão nos dar!

 

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmã Maria Aparecida Furlani

Adicionar comentário


Código de segurança
Atualizar

Direção
Isabel do Rocio Kuss, Ana Cláudia de Carvalho Rocha,
Marlene dos Santos e Rosali Ines Paloschi.
Arte: Lenita Gripa

Serviços - logo branca
JFC

Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas
Rua Des. Nelson Nunes Guimarães, 346
Bairro Atiradores - Joinville / SC – Brasil
Fone: (47) 3422 4865