Para um tempo de individualismo exarcerbado, Papa Francisco propõe cultivar a cultura do encontro. Segue a partilha de uma experiência que cultiva a Cultura do Encontro, vivida pela Família Franciscana de Rondonópolis MT.
A Família Franciscana da cidade de Rondonópolis – MT, é constituída da OFM, OFS, Irmãs Catequistas Franciscanas e os Amigos do Carisma Francisclariano. Em preparação à festa de São Francisco, realizou um tríduo nos dias 01 a 03 de outubro e o coroamento com uma celebração eucarística no dia 4, na comunidade São Francisco.Cada grupo preparou e assumiu um tema, que demanda conversão pessoal e transformação da sociedade.
Dia 1 de outubro:- A celebração foi preparada e realizada pelas Irmãs Catequistas Franciscanas, no salão de sede provincial, e teve como tema: a Tempo da criação: “esperançar e agir com a criação”. Nos últimos anos constatamos que aumenta sempre mais a exploração da nossa Mãe Terra, através do desmatamento, das queimadas, agrotóxicos, desperdício da água, descarte inadequado do lixo... Todos/as temos nossa parcela de responsabilidade nesta situação de sofrimento da Mãe Terra. Por isso nos penitenciamos e nos propomos ações concretas para o nosso dia-a-dia, a fim de darmos nossa de contribuição para reverter esse quadro desastroso. Durante a celebração, houve também uma expressão concreta de corresponsabilidade, através de uma coleta para a compra de palanques para a recuperação de uma nascente.
Dia 2 de outubro – A celebraçãofoi preparada e realizada pelos Freis no Seminário Franciscano. O tema foi sobre os 500 anos de São Benedito, que foi um homem negro, filho de pais escravizados, provenientes do norte da África. Ingressou na Irmandade de São Francisco de Assis, em Palermo, capital da Sicília. Tornou-se um religioso exemplar, pelo espírito de oração, humildade, obediência e pela alegria numa vida de extrema penitência. Apesar de analfabeto, conta-se que teólogos enfrentavam grandes distâncias para conversar com Benedito e aprender com ele, que tinha o dom da sabedoria, o dom da ciência e até o dom de fazer milagres. Além disso, tinha um olhar humanitário para os menos favorecidos, recomendando aos porteiros que não dispensassem nenhum pobre sem antes dar-lhes alimento e ajuda.São Benedito levou-nos a refletir sobre o preconceito que temos ainda hoje em nossa sociedade, em relação à etnia negra, como também aos indígenas, mestiços, pessoas em situação de rua.E analisando-nos honestamente, embora não expressemos, será que não encontramos ainda em nós mesmos/as, resquícios de preconceito, em relação a esses nossos irmãos e irmãs?
Dia 3 de outubro – A terceira celebração foi preparada e realizada pela OFS, na casa da Fátima Libânio. O tema foi sobre a Paz. Não precisamos tecer um comentário sobre a realidade de violência, que vivemos hoje em nosso país, e no mundo.O texto bíblico e os demais, sobretudo a narração do diálogo de Francisco com o Sultão nos levaram a uma profunda reflexão sobre como podemos ser agentes de Paz em nossos diversos relacionamentos.Lembrou-se que Francisco, ao enviar os confrades em missão lhes disse: “Preguem o evangelho o tempo todo e, se necessário, usem palavras”. Francisco ressaltava o testemunho de vida. Nesse sentido, refletiu-se sobre a importância de, em nossos atos sermos coerentes com nossas palavras. No entanto, nossos mecanismos de defesa, de poder, de preconceito, fluem inconscientemente, seja com palavras, gestos, pensamentos e sentimentos. Daí importância de criarmos entre nós uma Cultura de Paz, cultivada constantemente através da avaliação pessoal e entreajuda em família e fraternidade.
Dia 4 de outubro – Com celebração eucarística em uma Comunidade, que o tem como padroeiro, celebramos a solenidade de São Francisco de Assis, o santo da fraternidade universal. Foi um momento muito bem participado. Após a missa, durante a confraternização, ouvia-se os depoimentos de que o tríduo foi muito bom e que no próximo ano devemos fazê-lo novamente.
“Eu louvo e te bendigo, ó Pai com este hino, revelas os teus segredos, aos simples e pequeninos”
