"Cuidar da casa comum e da democracia é luta de todo dia..."
A vida em primeiro lugar. De uma parte, Cuidar da casa comum e da democracia é luta de todo dia. De outra parte, Uma grande consulta nacional para ouvir o povo sobre trabalho, justiça e dignidade. Embora o foco seja o Dia da Pátria - 7 de setembro, em contraponto às comemorações da falsa independência - ambas os movimentos constituem um processo conjugado, que não se limita a um só dia nem a uma única semana.
Duas iniciativas populares que, desde a década de 1990, se complementam, se unem e se reforçam reciprocamente. Consultar a população sobre seus direitos básicos e sobre seu destino fundamental é prática popular que jamais pode ser descartada do horizonte democrático; mobilizar todas as forças sociais para levar às ruas, praças e campos os gritos sufocados pela opressão e dominação, pelo racismo, machismo ou xenofobia, é colocar em marcha as energias que veem da base, dos porões e periferias, do solo regado de suor, lágrimas e sangue. De fato, quem se comove, se mexe e se move.
Três desafios estão em jogo: a) cuidado com a vida em todas as suas formas (biodiversidade) e com a preservação do meio ambiente, na busca pelo "bem viver" justo e digno, bem como por um legado positivo a ser deixado para as gerações futuras; b) defesa da democracia, hoje fortemente ameaçada não só pela ascensão da extrema direita e da tirania, em diversas partes do mundo, mas também por relações tóxicas e envenenadas que se infiltram nos mais variados relacionamentos, ambientes e instâncias; c) garantia dos direitos humanos inegociáveis, tais como o trabalho, a justiça e a dignidade, portas vitais para abrir outras vias de acesso ao bem-estar da população, com primazia para os pobres, excluídos e vulneráveis.
Tanto o Grito quanto o Plebiscito são precedidos e seguidos de outros tipos de manifestações. Marchas e celebrações, seminários e cursos, poemas e canções, encontros e debates, expressões culturais de todo tipo - são atividades que nutrem a força do povo a caminho. Ambos os movimentos, por outro lado, ganham nova tonalidade, em particular neste momento em que se veem ameaçadas não apenas a vida no planeta, a democracia e os direitos humanos, mas sobretudo a soberania nacional. Os ataques imperialistas perpetrados pelo Norte prosseguem, mesmo quando o colonialismo parecia morto e enterrado há tempo.
Por isso ganha nova luz e novo vigor, ainda, o lema Soberania não se negocia. Grito e Plebiscito descem das arquibancadas e entram em campo para participar do jogo, sempre em processo, da verdadeira independência: livre, plural e em diálogo franco e aberto. O que procura fortalecer não o patriotismo passivo e de plateia, mas o patriotismo vivo e ativo. Luta e festa se unem, seja para comemorar as vitórias populares, seja para combater todo e qualquer jugo que dobre os joelhos e a coluna vertebral de pessoas e povos, nações e culturas.

