...nós nos reconhecemos peregrinas da esperança, agradecendo por esta história de 18 anos de resistência, ternura e profecia...
Entre os dias 29 de outubro e 1º de novembro de 2025, nós, Irmãs Catequistas Franciscanas, participamos com alegria e compromisso da Assembleia Trienal da Rede Um Grito pela Vida, realizada em Salvador (BA), no Centro de Treinamento de Lideranças (CTL), no mesmo espaço sagrado onde nasceram os primeiros fios dessa grande rede de esperança.
Com o tema “O Grito da Esperança – 18 anos de resistência e compromisso” e o lema “Lance sua rede pela vida”, a Assembleia reuniu 63 participantes de todas as regiões do Brasil, religiosas, religiosos, leigas e leigos firmes e solidários na missão de enfrentar o tráfico de pessoas e defender a dignidade humana.
Um encontro de memória, comunhão e esperança
Durante quatro dias, os “Gritos da Memória, da Justiça, da Comunhão e da Esperança” ecoaram nas celebrações, reflexões e momentos de partilha. A programação incluiu aprofundamento sobre: “Territórios Violados, Vidas Aliciadas: Justiça Socioambiental como Defesa Contra o Tráfico de Pessoas”; “Do Grito à Ação: Incidência Política como Instrumento de Justiça”; e “Redes e Afetos: O Cuidado como Prática Transformadora”.
Esses espaços de aprofundamento fortaleceram a convicção de que o enfrentamento ao tráfico de pessoas está intrinsecamente ligado à justiça socioambiental, à política pública e à cultura do cuidado e da solidariedade.
Celebrar 18 anos no Santuário Santa Dulce dos Pobres
Um dos momentos comoventes foi a celebração dos 18 anos da Rede Um Grito pela Vida, vivida em clima de romaria no Santuário Santa Dulce dos Pobres. Ali, diante do testemunho luminoso da “Santa dos Pobres”, nós nos reconhecemos peregrinas da esperança, agradecendo por esta história de 18 anos de resistência, ternura e profecia, e renovando o compromisso de seguir lançando as redes pela vida, especialmente junto às mulheres, crianças e populações vulneráveis da Amazônia e de todo o Brasil.
Três prioridades para o novo triênio
A Carta-Compromisso aprovada pela Assembleia apresenta três grandes prioridades para o triênio 2026–2028:
1. Processos formativos integrais, com ênfase nas novas modalidades de tráfico de pessoas no contexto atual — digital, socioambiental e humanitário;
2. Mobilização social e incidência eclesial e política, como expressão de compromisso com a justiça social e o bem comum;
3. Cultivar a mística e a cultura do cuidado, por meio da escuta, compaixão e corresponsabilidade.
Nova coordenação e bênção das Santas Mulheres
A Assembleia também elegeu a nova coordenação nacional da Rede para o triênio 2026–2028, composta por:
Irmã Isabel do Rocio Kuss, Irmãs Catequistas Franciscanas (Reeleita Coordenadora Nacional);
Irmão Carlos Antônio Lins, Missionários Franciscanos Filhos de Maria;
Irmã Sirleide Cabral de Oliveira, Franciscanas de Dillingen;
Irmã Sandra Camilo Ede, Dominicanas de Nossa Senhora do Rosário de Monteils.
O encontro foi encerrado em clima de gratidão e envio missionário, pedindo as bênçãos e a intercessão de Santa Dulce dos Pobres e Santa Josefina Bakhita, padroeira das pessoas traficadas, pela continuidade dessa missão tecida por muitas mãos e corações.
Presença viva das Irmãs Catequistas Franciscanas
Nós, Irmãs Catequistas Franciscanas, estivemos presentes neste tempo de graça com quatro irmãs que coordenaram, animaram, assessoraram e representaram nossa Congregação: Irmã Isabel do Rocio Kuss, Irmã Lenita Gripa, Irmã Dalvina Maria Pedrini e Irmã Maria Aparecida Marques Fernandes.
A presença da congregação foi sinal de comunhão e testemunho do cuidar da vida em todas as suas dimensões. Celebrar os 18 anos da Rede Um Grito pela Vida foi também celebrar nossa própria missão de mulheres franciscanas consagradas, chamadas a servir onde a vida é ferida e a esperança precisa ser tecida.

