Queridas irmãs, formandas, amigos e amigas, simpatizantes.
Paz e Bem!
Nós postulantes: Sílvia Eugenia Morales, Silvania Manu Cespedes e Fabiula Souza da Silva queremos compartilhar as experiências vivenciadas nos meses de fevereiro a maio de 2013 nas irmandades de Jaciara, Quitéria, Aldeia Piebaga, Fátima de São Lourenço, Sagrado e Casa Provincial. Esta programação foi feita com o objetivo de conhecermos as diferentes realidades missionárias da província no convívio com as irmandades, povo e de modo especial os empobrecidos.
Animadas pela espiritualidade Clariana fomos enviadas para cada irmandade com a recomendação: Olhe, Considere, Contemple e Transforme-se... em atitude de discípulas, aprendizes do Mestre que caminhou pelo deserto, vivendo profundamente a experiência do encontro com Deus e consigo e em momentos difíceis ordena aos seus: “Avance para águas mais profundas”!
Experiência de Silvia: “Convivi nas irmandades Quitéria e Fátima de São Lourenço e, estas me proporcionaram maravilhosas descobertas no artesanato através do trabalho com as mulheres no Projeto Mulher e Cidadania, participação com os jovens, visitas com as famílias das comunidades... pude acolher o povo, a realidade do serviço de cada irmã, o cuidado com a terra que me ajudaram a crescer no conhecimento, ter compromisso, responsabilidade com os trabalhos da casa, fidelidade na oração, viver no silêncio, na escuta comigo mesma e com Deus, valorizando a força do trabalho com amor. Senti a presença de Deus nas pessoas simples e nas irmandades. Agradeço as irmandades que me acolheram com o coração aberto, dando todo espaço para conhecer os trabalhos realizados em nossa província Santa Teresa do Menino Jesus”.
Experiência de Silvania: “Sintetizando o que foi para mim as duas experiências nas irmandades da Aldeia Piebaga e Sagrado: Uma maravilhosa experiência de vida, um valor, uma riqueza. Na aldeia o povo Boe Bororo tocou meu coração com sua maneira de ser e viver sua cultura. O que salta aos olhos logo no primeiro contato é a simplicidade. Ao chegar à aldeia eu sussurrei a mim mesma: Meu Deus onde vim parar e senti-me pequena, mas no fundo do meu coração eu tinha uma certeza: comigo estava Aquele que iria me dar a força necessária para ser fiel na missão confiada. Uma força dentro de mim dizia “coragem, você está iniciando uma experiência a mais em sua vida”.
A paisagem da aldeia é tremendamente verde, as montanhas altas e robustas. Aos poucos fui descobrindo os desafios e a beleza da missão em cada pessoa. Na casa das irmãs, toda hora chegava alguém e dizia: irmãs! O povo tinha tantas necessidades, mas tinha também um bom dia e uma boa tarde respeitosa.
Dava-me muita alegria ver como o povo ama, respeita e confia na Ir. Valdina e como também se deixa amar. A realidade deles é difícil, só pode ser Deus que os sustenta, pois muitos têm que esperar alguém vir da cidade para poder ir fazer suas compras, muitas vezes pegam chuva durante a viagem e os alimentos chegam molhados.
Na aldeia vi um Deus que sofre em tantas pessoas, mas também um Deus que sorri na consolação, na esperança, na alegria de celebrar a vida, na partilha e unidade.
Na Irmandade do sagrado fui bem acolhida, as irmãs não mediram esforços para que eu pudesse crescer e alcançar meus objetivos como formanda. Nos primeiros dias me sentia um pouco nervosa por ser a primeira vez que ia viver nessa irmandade. Foi uma experiência bem diferente da aldeia, mas também muito bonita. Durante este tempo de convivência com as irmãs pude perceber claramente que cada irmã é única e que possui qualidades e limitações.
Na escola sagrado Coração de Jesus fui bem recebida pela diretora, Ir. Fátima Souza, professores e alunos. Esta vivência foi fantástica, recebi amor, respeito, cuidado e comunhão das crianças e demais pessoas daquele ambiente. A vida na missão nos surpreende a cada passo: Participei da manifestação dos professores em Cuiabá na defesa de uma Educação de qualidade, esta experiência foi muito boa.
Depois destas experiências sinto que posso dizer: Sou Eu, mas não a mesma, percebi não só as minhas limitações, mas também as grandezas de Deus Pai. Estou muito contente pelas lições de vida aprendidas com as pessoas. Agradeço as irmãs e todas as pessoas pela acolhida generosa.
Obrigada e Deus os/as Abençoe.
Experiência Fabiula: Convivi nas irmandades de Jaciara e casa Provincial, senti imensa gratidão a Deus pela oportunidade de conhecer e conviver nestas duas realidades bem diferentes. Na escola São Francisco em Jaciara, participei de várias atividades como: Aula de reforço para os alunos da segunda série, apoio aos professores em sala de aula e na coordenação com Ir. Lucelene e organização dos livros na biblioteca. Participei com Ir. Estácia da sala do educador (funcionários) que acontece uma vez por semana na escola. Foram momentos de alegria e esperança por uma melhor educação.
No Projeto Dando as Mãos vivi momentos marcantes de contemplação e amor aos assentamentos que visitei, acompanhada com as minhas irmãs Edilúcia e Rosana. O trabalho realizado no escritório do projeto com os funcionários e o contato com as famílias dos pequenos agricultores e empreendedores me ajudou a perceber a importância de uma Economia Solidária, o respeito com a vida e meio ambiente, deixando em meu coração a esperança de lutar sempre por uma sociedade mais justa e fraterna.
Estes encontros me proporcionaram olhar e dar passos firmes, na certeza de que Deus está sempre comigo. As irmãs me ajudaram a amar e servir com alegria as obras que Deus colaca à cada uma de nós.
Agradeço a Deus os lugares, as irmandades, as pessoas que me acolheram com muito carinho e que hoje fazem parte da minha historia de vida. Desejo “Avançar para águas mais profundas...”, colocar-me inteiramente a serviço do povo assim como São Francisco: “É isso que eu quero, é isso que eu procuro, é isso que desejo do íntimo do meu coração”.
Esta itinerância nos ajudou a fortalecer e cultivar o nosso SIM ao seguimento de Jesus, do jeito de Clara e Francisco de Assis, alimentadas pela oração, contemplação e convívio. Animadas e alegres no dia 04 de abril, as 10:30 h em Fátima de São Lourenço –MT celebramos nosso ingresso ao postulado, data em que festejamos os 66 anos da chegada de nossas irmãs em terras Mato-grossenses e no ano do centenário do SIM de Amábile Avosani, nossa intercessora que nos anima a “avançar para águas mais profundas”.
No dia 21 de maio seguimos para continuar nosso processo formativo e nossa Missão em São Gabriel da Cachoeira-AM, contando com as orações e sintonia de todas e todos. Em Manaus fomos acolhidas pela irmandade, pelos familiares e amigos da postulante Fabiula, os padres e comunidades.
Como ritual de chegada tivemos com a irmã Ana Macedo três dias de estudo e oração sobre a realidade Amazônica; espiritualidade francisclariana com irmã Sandra Regina; convivência com as comunidades da Área Missionária São Lucas em celebrações e festival de música cristã e celebração do Corpus Christi com a cidade de Manaus.
No dia 31, visitação de Maria à Isabel, também nós madrugamos em direção ao porto São Raimundo para embarque no Tanaka- barco que nos levaria a São Gabriel. A comitiva contou com os pais e sobrinhas da Fabiula, Pe. Marquinho e Josué, amigo do carisma. Passamos o dia nos ambientando, armando redes, comendo, recebendo visitas, rezando, curtindo o Rio Negro e às 19:30 partimos. A viagem foi tranquila, curtimos as belezas das águas imensas do Rio Negro, o cuidado constante da tripulação, muita comilança (ganhamos açaí, pudim, churrasco de peixe, frango, carne de vaca), leituras, estudo do CEBI, rezas, conversas e silêncio!!!!
No dia 03 de junho, segunda feira, avistamos a terra sagrada de São Gabriel da Cachoeira. No porto Ir. Jucilene e uma comitiva da escola Sagrada Família nos esperavam. Em casa as irmãs Lenita e Rita com um gostoso almoço, a casa toda preparada para nos receber...como é bom ter irmãs!
Agora estamos em tempo de chegada: conhecendo as pessoas, sendo apresentadas às comunidades, reuniões com o bispo, padres, participando do movimento de combate ao tráfico de pessoas, das festas juninas... e nos sentindo bem acolhidas. Nos chama atenção a simplicidade das pessoas, o carinho e atenção que têm nos dispensado, a diversidade de povos, o grande número de jovens e crianças nas escolas e comunidades.
Pedimos a Deus a graça de conviver com estes povos respeitando, amando, escutando, acolhendo, sendo sinal de esperança e cuidado!
Fabiula Souza
Silvania Manu Cespedes
Silvia Eugenia Morales
