"Cada parte de nossa terra é sagrada para meu povo" (Cacique Seattle)
Começo aqui fazendo desse canto, uma prece a Divina Fonte de Vida:" Eu só peço a Deus/ que a mentira não me seja indiferente/ se um traidor tem mais poder que um povo/ que este povo não se esqueça facilmente".
No dia 29 de junho, tivemos a graça de participar de um encontro formativo junto as lideranças de algumas comunidades indígenas, Tereré, Água Bonita, Marçal, Santa Mônica e as irmãs Lauritas: Glória e Diana.
Iniciamos com um gostoso café da manhã e a mística que aqueceu nossos corações, suscitando em nós "os sonhos que queremos plantar", e simbolicamente cada participante plantou uma mudinha na terra e com elas seus sonhos: esperança, coragem, paz, união, fé, vida, saúde, alegria.
Dentre os sonhos plantados, um me chamou atenção em especial, uma das lideranças após olhar profundamente para a plantinha e para a terra, disse: "planto aqui o amor e a união, pois o que plantarmos na terra, ligaremos no céu", e silenciosamente voltou ao seu lugar e sentou-se.
O indígena terena Luiz Henrique Eloy (advogado), trabalhou conosco a convenção 169 que trata dos direitos indígenas, antes disso ele fez análise de conjuntura da questão indígena no MS. Deixou bem claro em sua fala que o governo federal não veio ao MS por acaso, mas pela mobilização. "Vivemos um momento de retomada e não vamos recuar, direito sem luta não se concretiza".
Assim seguimos o encontro com a participação efetiva de cada uma das lideranças, que trazem em sua expressão a confiança, a resistência, e em sua proposta a luta pela terra. É louvável ver e sentir um povo empoderado de seus direitos e firme na defesa da nossa mãe terra.
A acolhida de cada uma das comunidades deu novo sentido ao brilho de nossos olhos, o convite a nossa presença, anima as batidas de nossos corações, pois: "Se é pra ir a luta, eu vou/ Se é pra tá presente, eu tô/ Pois na vida da gente o que vale é o amor".