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12 Setembro 2016
Seminário de Políticas Públicas e Direitos Humanos

Pisa Ligeiro, pisa ligeiro, quem não pode com a formiga, não atiça o formigueiro!

Nos dias 02 a 04 de setembro aconteceu o Seminário de Políticas Públicas e Direitos Humanos em São Luis, Maranhão. Dele participaram populações tradicionais, povos originários, entidades e movimentos populares.

A mística inicial deu o tom do Seminário. Grupos de pessoas das mais diferentes realidades trouxeram os gritos, sinais de morte que estão pondo em risco a vida das populações, principalmente as rurais. Destacaram as grandes plantações de soja, cana de açúcar e eucalipto e os grandes criatórios de peixes, entre outros. Tudo isso causa destruição e genocídio. Empreendimentos de grupos e famílias vindas da China, do Sul do Brasil e de outros lugares ameaçam a vida do povo mais simples e pobre, que tem somente a terra e a água como seu bem natural, e de onde tira seu sustento. Frente a tudo isso, a decisão é unir forças, formar teia, permanecer, resistir, conquistar...

Rios, nascentes, matas e babaçuais estão morrendo pelo assoreamento, como também pelos venenos usados nas grandes plantações, que além de envenenar as águas estão causando doenças nas populações ribeirinhas, rurais e urbanas.  Esse foi o grande lamento exposto ao longo do Seminário.

Empresas de papel e celulose estão devastando as florestas, poluindo o meio ambiente e expulsando os moradores de sua terra mãe. Empresas de agronegócio estão afetando o Bem Viver de nossas populações, principalmente dos povos Indígenas e quilombolas.

Outro enfoque do seminário foi a visita ao Morro do Egito, comunidade Cajueiro, zona rural de São Luís do Maranhão, onde existe um mega projeto para a construção de um porto internacional para escoamento de minério. Moram ali aproximadamente 500 famílias e a realidade de vida dessa comunidade é de extrema miséria. Sua principal fonte de subsistência é a pesca e a venda de castanha de caju. A construção deve começar ainda este ano, e as famílias estão recebendo ordem de despejo. Com isso, a comunidade quase não dorme mais, porque a qualquer hora o trator vai chegar para derrubar as moradias construídas com tanto sacrifício. Muitos disseram que preferem morrer, mas não vão sair.

Peço aos leitores e leitoras dessa página que rezem por essa comunidade e por todas aquelas que estão ameaçadas, que são muitas! Que nossa oração, nossa luta, juntando com a força dos mártires que deram sua vida pela conquista do Bem Viver, possam tocar os corações de pedra daqueles que na calada da madrugada tramam fazer o mal contra os que apenas querem o direito de viver e ser felizes.

A Teia é uma forma de organização dos povos originários e tradicionais, e também dos movimentos sociais, para juntos lutarem pela vida, por seus direitos. Ela tem o objetivo de ajudar as comunidades a se entrelaçarem, a fortalecer os laços de amizade, de união e de amor. Acontece nas comunidades rurais, onde muitas coisas são feitas em mutirão.  Assim, a vida vai sendo tecida e se forma um circulo de união, bem querer, integração, amizade, bem viver e luta por nossos direitos.

O seminário foi avaliado como um sinal do Reino prometido por Deus a todos os povos.

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmã Maria Dalvani Souza Andrade

Comentários  

#2 marinete silva souza 14-09-2016 16:25
Que bom Dalvani que você nos representou no Seminário de Políticas Públicas e Direitos Humanos. O grito do povo excluído e da terra ferida chega até ao nosso coração e às nossas entranhas.
Até quand, Senhor?
Mas se os poderosos pensam que vamos ficar caladas diante da destruição da nossa Casa Comum, estão enganados!
Com a Teia e todos/as os que lutam nesta causa, avancemos com fé e esperança, na defesa da nossa Casa Comum..."Pé e Fé na caminhada"!!
#1 Rita Oechsler 12-09-2016 20:25
Oi Irmã Dalvani.
Obrigada pela notícia sobre esse seminário.
É mesmo importante sabermos o que se passa com o povo.
Até quando o povo vai suportar tamanho sofrimento e descaso?

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