“No veio das águas brota a vida!
Dos troncos retorcidos surge a esperança! ”
Motivadas e motivados com este lema que nos convoca a não desistir da luta, mas a seguir com esperança e fazer aquilo que está em nosso alcance para devolver a VIDA a nosso bioma Cerrado, que entidades e organismos como a CPT, Movimentos pela terra, Grupo Arareal, CEBs, Paróquia São José Operário e as Irmãs Catequistas Franciscanas-PSTMJ, organizaram a 2ª Romaria do Cerrado no dia em que comemoramos o dia do Cerrado – 11 de setembro.
Mais ou menos umas 150 pessoas participaram de toda a programação que iniciou com a Celebração Eucarística na Comunidade São José Operário, presidida por Dom Juventino Kestering. Em seguida foi servido um café para todos/as, participantes. Foi um momento de encontro, de matar a saudade de pessoas que há tempo não se encontravam. Com a ajuda de Elfriede Walzberg, que nos conduziu ao grande abraço à VIDA presente em cada um/a de nós, no outro/a e na natureza dançamos em ciranda a “Dança Sagrada”. Tivemos uma Mesa Redonda de discussão sobre o cuidado e preservação do cerrado, denunciando o exorbitante uso de agrotóxicos pelo agronegócio, bem como, a destruição do cerrado para o plantio de monoculturas como: soja, algodão, milho e cana poluindo a água e devastando o solo. Pois não se leva em conta que aqui neste bioma, vivem mais de 10 mil espécies de vegetais, mais de 800 tipos de aves e quase 200 espécies de mamíferos. Vivem aqui também, mais de 80 etnias indígenas diferentes, além de comunidades tradicionais e que daqui brotam as nascentes do Rio São Francisco e as nascentes de rios que formam a bacia do Prata, e de rios como o Araguaia, Tocantins e o Madeira da bacia Amazônica. Este momento foi finalizado com a “Fila do Povo”, com a participação de dezenas de pessoas se manifestando, expressando sua inquietude e ou esperança, como os testemunhos de comunidades que já veem a diferença por terem juntos recuperado mais de 50 nascentes.
Outro momento forte, talvez o mais significativo, foi a Romaria de 3 Km em direção ao encontro dos Rios Lageadinho e Arareal. O sol estava escaldante, mas mesmo assim o grupo saiu em Romaria às 14h00, carregando uma cruz de aroeira – símbolo da resistência por ser madeira forte e por germinar mesmo em terreno seco. No decorrer do trajeto, houve 4 paradas com as temáticas: 1. Origem do Cosmos; 2. Água; 3. Terra-mãe e 4. Povos do Cerrado. Finalizou-se com uma celebração penitencial pedindo perdão pelo que já destruímos deste bioma, por não cuidar de nossas nascentes e, pelo consumismo desenfreado, causando uma quantidade enorme de lixo entupindo o planeta. A sequência da celebração se deu com o plantio de quase 200 mudas nativas do cerrado às margens dos dois rios. Assim encerrou-se um dia riquíssimo de conscientização que teve como eixo a vida no bioma do cerrado, mas que trouxe à tona também elementos da nossa conjuntura sócio econômica e política.
Das maravilhas que saíram das mãos do Criador
O bioma do cerrado é um dos mais preciosos, sim senhor!
Seus pés, suas mãos, sua boca já provaram e cantam o louvor
Dessa terra, dos seus frutos e alimentos dados pela Grande Amor!
Louvemos ao Deus que entre nós acampou,
Louvemos pelo jardim, que o Senhor para nós entregou,
Para cada um de nós “cultivar e Guardar”, o paraíso nos doou,
O seu sopro de Vida em nós, uma nova criação começou,
Um mundo novo é possível, seu amor nos transformou!
(parte do Poema “Maravilhas do Criador” de Luzia Neves, MSC)
Comentários
Saudações!
Ir. Eliza