Na primeira semana do mês de fevereiro – 2017, numa manhã linda de sol, natureza convidativa, um alegre e animado grupo de mais de 270 pessoas se reúne para participar das preleções da I Semana Teológica Internacional de Luanda, que teve lugar no Convento Dominicano São Tomás de Aquino, no Nova Vida, cujo tema geral foi:A teologia face aos desafios da África atual, com alguns desdobramentos como “A relevância do diálogo inter-religioso na África atual, hermenêutica teológica da cultura contemporânea assim como da compreensão da palavra de Deus, numa África confrontada por questões existenciais”…

A iniciativa partiu do Arcebispo de Luanda, Dom Filomeno Vieira Dias em comunhão com a respectiva Conferência Episcopal.

Este grande grupo ouviu e participou de debates e de painéis por especialidade com um universo de temas expostos por especialistas provenietes de Angola, Burundi, França, Espanha, Kénya, Tanzânia, Togo, Portugal, República Checa e Republica Democrática do Congo. Um verdadeiro pentecostes. Graças ao árduo trabalho de tradução, cada pessoa os ouvia falar em sua própria língua.

Fizemos um itinerário do deserto, da terra desconhecida, da fronteira, da interculturalidade. Pelo número de conferencistas percebe-se a fundura do poço, a largura das margens e o comprimento do caminho a se percorrer, ainda mais se tratando de um continente com mais de 2.000 línguas.

Observando cada espaço de fronteira, lugar estranho, humanamente falando, lugar incômodo, um espaço onde o medo pode prejudicar o processo e a busca, todavia estes lugares limite podem vir a ser espaços vivenciais de significativas experiências aonde novas imagens de Deus vão sendo geradas e tecidas no coração das e dos caminhantes, experiências que anunciam que há fontes e tesouros para além do já conhecido e vivido, com as quais se pode estabalecer outras conexões e descobrir a vida que se revela de formas diferentes.

Do desvelamento de novos rostos em meio as diferentes situações sócio-política-econômica-religiosa-cultural, podem surgir magníficas relações de irmandade e as itinerâncias tornarem-se interativas através do diálogo e dos encontros ao longo do percurso. Neste encontro das águas estando o cristianismo na sesta do meio dia, buscando o que fazer na tarde da história da cristandade, missionárias e missionários devem ser o Cocai = pessoas que animam, convidam, instigam a entrar no autocarro, apontando Suku=Mistério como Criador e Centro através do Evangelho que traz alegria e inclusão, não abstante os obstáculos que contribuem nas ineficiências do diálogo.

O porta-voz do evento o frei Júlio Candeeiro expôs os objectivos desta semana, os desafios comuns que assolam o continente, as guerras, as doenças, desemprego, crença no feitiço e tantos outros.

Os participantes a semana de teologia internacional continuam a reflectir sobre as mais variadas questões que dizem respeito ao continente berço na perspectiva teológica… que a Divina Suku faça morada no coração do mundo e lhe mostre que “ter o absoluto não é nada. Ser o Absoluto é tudo”.