“Se pode chegar a Deus sem renunciar à própria cultura”
João Paulo II
Nos dias 05 a 10 deste mês de fevereiro estivemos reunidas: irmãs, noviças, aspirantes e uma leiga em São Gabriel da Cachoeira-AM, para o estudo e vivência da Teologia Índia, com assessoria do padre Justino Sarmento Rezende-SDB, indígena do povo Tuyuka, doutorando em antropologia social.
Iniciamos o encontro com muitas expectativas, trazendo presente as belezas culturais, a diversidade de povos e línguas presentes em nossas histórias de vida e da nossa congregação.
Percebemos a importância da Teologia Índia no processo histórico dos povos indígenas que se expressam como autoafirmação, resistência e vitórias.
Dentro da dinâmica da Vida Religiosa Consagrada a Teologia Índia nos faz retornar ás Fontes originárias, tanto cultural como congregacional. Ajuda a compreender o nosso ser feminino, ventre gerador de vida a partir dos valores e riquezas culturais, a firmar raízes profundas e interagir com nossa espiritualidade francisclariana para bem viver e frutificar na vocação como mulheres consagradas. E assim, dentro da nossa essência feminina, ser flexíveis e abertas a ação da Divina Ruah, sensíveis à realidade onde estamos inseridas.
Somos convidadas a ser PONTE neste movimento de reorganização da congregação e no florescimento das vocações indígenas, negra, agricultoras, seringueiras, urbanas...
Este estudo trouxe esperanças de que é possível viver na diversidade cultural, cada uma com seus valores, dons, capacidades, o que enriquece a história, vida e missão na vida religiosa consagrada. Mas também nos ajudou a perceber os desafios no resgate de histórias dos nossos antepassados, retornar aos lugares sagrados e beber da Fonte para continuarmos firmes e alegres na missão, fazer registro de nossas ações, vivências místicas para assim termos o fio condutor de onde saímos e onde queremos chegar, isto é, projeto de vida para recriar o carisma e continuarmos fazendo história na congregação, o que nos exige também o aprofundamento da nossa espiritualidade francisclariana, carisma e vida consagrada.
O encerramento com a missa em língua Tukano-versão experimental foi um momento de alegria e de esperança, fortalecimento da cultura e de valores próprios do Rio Negro, contando com a partilha da Quinhapira, chibé, açaí e Kizaka - sabor de Angola, porque somos também uma diversidade, no diálogo intercultural.
Agradecemos todas as pessoas que estiveram em sintonia, de modo especial a Província Santa Teresa do Menino Jesus que nos proporcionou este momento de encontro, reflexão, diálogo, convivência, partilha de sabores e saberes com as irmãs, jovens, formandas e demais participantes.
Comentários
TEMOS MUITA ALEGRIA DE VER OS NOVOS ROSTOS DA CONGREGAÇÃO.
Que seja um elo de firmeza na missão, caminhada. Lutemos sempre em busca de um bem maior em favor dos povos. Meu abraço e preces. Beijo.Etelvina