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03 Abril 2020
A Partilha Continua

Irmã Zélia Maria Batista continua a partilha do Encontro de Revigoramento Franciscano, dessa vez, aprofundando alguns conteúdos.

Chegamos ao Seminário Santo Antônio, Agudos, SP, lugar sagrado e com reverência nossos pés tocaram o manancial do Aquífero  Guarani, águas que saciam a sede de milhares de pessoas. Na mente, no coração, trazemos nossas sedes, buscas, sonhos, desejos. Fomos abraçadas/os pela criação que se fez caminho de revelação do Mistério, plenitude do amor de Deus e com Clara afirmamos que: “O Filho de Deus fez-se para nós o Caminho”. (Test.Sta Clara).

Aprendendo a ser humanas (os)...

Confiantes avançamos pelo caminho da bem-aventurança para encontrar-nos com o mistério da nossa essência mais profunda, a nossa interioridade. Com ela nos detivemos por algum tempo e descobrimos tantas belezas e potencialidades, que até então sequer tínhamos percebido.  Também nos deparamos com nossas fragilidades, reconhecemos que precisamos reaprender a sentir, somos muita razão e pouco coração. É tão simples, voltar a nossa inocência original ao escutar, olhar, saborear, cheirar, só assim descobriremos que somos divinamente-humanos. Dessa forma as relações que tecemos no cotidiano se tornam afeto partilhado e possibilitam o crescimento mútuo, fortalecem o ego no sentido de plasmar uma identidade forte, consistente, capaz de sublimar toda energia vital que possuímos e transformá-la em amor ágape, doação, entrega sem reservas. Enfim, resgata-se a inteireza do húmus-humanidade, o sonho de Deus para seus filhos e filhas e toda criação.É urgente cuidarmos de nossa saúde mental ao exercitar e priorizar momentos de meditação e caminhadas, que proporcionam leveza, mansidão, serenidade, pois nos libertam dos pensamentos e deixamos emergir os sentimentos e a contemplação.  A ansiedade é um aspecto que se sobressai em nossos tempos, os ansiosos querem o controle de tudo e envelhecem dessa maneira, quando deveria ser o contrário, pois é próprio da natureza humana a calma e serenidade nessa etapa da vida. Será que estamos envelhecendo de uma maneira saudável? Outro aspecto desse encontro foi a resiliência que é a maneira de como sou capaz de transformar as adversidades em degraus para meu crescimento pessoal.  São os momentos que exigem foco, concentração de esforços, criatividade e superação. Sou capaz de dar um novo sentido àquela dor, sofrimento, decepção e saio dessas situações como nova criatura, fortalecida e transformada.

“Abrace o Cristo pobre com uma virgem pobre”.

Com Clara e Francisco prosseguimos sedentas em busca da fonte, que sacia todas as sedes e nos oferece o sentido da nossa Consagração. Somos mendigos de sentido. A voz que ressou da cruz de São Damião fez eco no coração de Francisco, colocou seus pés em movimento ao encontro dos crucificados daquele tempo, os leprosos. Esse encontro com Cristo Pobre, Crucificado foi tão intenso, tanto para ele como para Clara, que os levaram a conversão, mudança de vida, de lugar social, deram um salto significativo e mergulharam na história, na vida dos que estavam à margem do sistema burguês. Francisco e Clara com os pés plantados na cultural medieval, período em que a humanidade se definiu como pessoa forte e afirmou-se com sua identidade e inteireza, nos deixaram um grande legado assim como outros pensadores, heróis, santos, sábios, que se tornaram referenciais para as gerações futuras. É nesse contexto que deixaram vir à tona essa humanidade povoada de desejos, que encontrou espaço para desabrochar no seguimento de Jesus Cristo, porque Deus desejou estar em nós, desceu para nos divinizar ao  revestir-se da humanidade no ventre fecundo de uma mulher. Dessa forma podemos tocar, sentir e inebriar-nos da plenitude desse amor ao cantar e louvar ao “Pai de toda misericórdia” pelo nosso ser mulher, fruto do desejo de Deus, que se expressa de uma maneira original em nossa vida consagrada franciscana.  Somos desejadas (os), por isso O encontramos. Francisco e Clara se encantam mutuamente pelo modo de seguir Cristo e viver o Evangelho. Para Clara a mediação humana, foi o Pai Francisco, que ela respeitava e considerava, como coluna, a única consolação e apoio depois de Deus. Poderíamos nos perguntar quais são os nossos desejos mais profundos? Cultivamos e nutrimos o desejo do encontro com Cristo Pobre, crucificado? Hoje, quais são as mediações que nos mantém nesse caminho de buscas?

 Continue lendo no anexo

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmã Zélia Maria Batista

Comentários  

#1 Marilete 22-04-2020 22:23
Valeu meninas!
Com carinho:
Marilete

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