Vem, Divina Luz, orienta-nos no percurso para o mergulho respeitoso e confiante no mar de belezas do coração missionário de Irmã Liduína Venturi e inspira-nos a reinventar com audácia e coragem novo jeito de amar e servir os pequeninos, inspiradas em seu testemunho de fidelidade autêntica, orante e terna.
Em Rondonópolis, no Sagrado, casa de acolhimento encontrei pérolas preciosas, ouro, diamante...recolhi na forma de depoimentos de testemunhas que se deixaram encantar e entusiasmar pelas atitudes e gestos de Irmã Luduína.
Irmã Maria Ossemer - 94 anos, disse com grande emoção: Irmã Liduína viveu em Itoupava (Rio do Sul-SC) onde minha família morava. Fui sua aluna em todo o ensino primário. Ela era muito ligada às famílias e a nossa tinha por ela uma predileção especial. Para mim ela era uma MÃE. Eu era jovem ainda tinha 10 anos quando minha mãe morreu e eu confiava muito na Irmã Liduína e gostava quando ela ia lá em casa. O que mais me atraiu mesmo era o catecismo aos domingos. Quando ela dava aula e ensaiava os cantos em italiano eu gostava mais ainda porque ela falava nossa língua, a língua do povo do lugar. Eu olhava para ela pensava quero ser irmã como Irmã Liduína. Com seu retorno a Rodeio, na época da perseguição nacionalista o povo sentiu muito.
Irmã Therezina Franzói - 93 anos - Irmã Liduína foi professora em Rio Doeste onde eu nasci e lecionou para minhas irmãs mais velhas. Era muito amiga da minha mãe. Já idosa, voltou para visitar as famílias e conversou com minha mãe e deu-lhe um santinho... Eu percebi, mais tarde, que esta presença cordial despertou em mim o desejo de ser irmã. Era uma irmã humilde piedosa e comunicativa, tinha um grande amor ao povo e a catequese.
Irmã Clélia M. Cattoni - 89 anos - Eu conheci Irmã Liduína no juvenato. Para mim era uma irmã Santa, não se queixava de nada, tinha grande espírito de sacrifício, de tolerância e de muita oração. Muitas vezes a vi rezando o terço. Deixou-nos muitos exemplos, graças a Deus. Uma Irmã de bom coração sempre bem humorada, a gente gostava de conversar com ela. Se a Irmã Liduína depois que faleceu não foi para o céu...então ninguém vai....
Irmã Catharina Machado - 85 anos - Conheci Irmã Liduína em Rodeio, já bem idosa. Ela tinha muita calma, profundo espírito de oração, edificava a todas pela vida de oração e fraternidade que levava. Era bem comunicativa e não se deixava levar pelos efeitos da idade.
Irmã Marilda Bona - 84 anos - Irmã Liduína... o nome já a designa. Mulher aparentemente frágil, mas forte na linguagem do silêncio d’onde irradiava delicadeza, ternura, espírito orante, dedicação, doação...
Irmã Doralice Dal’Cortivo - 83 anos - Percebi com que entusiasmo Irmã Dora comentou sobre Irmã Liduína... Eu a conheci no meu tempo de postulante e noviça em 1955 e 1956. Nesse período ela dava palestras sobre a fundação da congregação. Era muito querida, humilde e amorosa. Sempre dizia: meninas, vão para frente porque a congregação precisa muito de vocês e Deus também precisa de vocês. Ela contava o quanto sofreram no início da Congregação, mas Amábile e Maria sempre encorajavam quando eram humilhadas. Um dia foram à portaria do convento buscar pão. O porteiro um irmão disse: temos apenas um pão e um ovo. Responderam não faz mal... nós vamos dividir. Levaram para casa e as três partilharam no café da manhã. Ela tinha um coração bom e generoso e trazia sempre aquele sorriso.
Minhas irmãs, estes testemunhos brotaram de memórias afetivas...distantes... mas amorosamente guardadas até hoje. As irmãs falaram o que brotou do coração com simplicidade, carinho e muita ternura, certamente inspiradas pelo sorriso encantador, pelo olhar amoroso e cheio de esperança, e, nos últimos anos de peregrinação, pelos passos vacilantes, mas semblante sereno e feliz da amada Irmã Liduína. Assim eu a via nos anos 1964 e 1965 em Rodeio, no postulado e noviciado. Deixemo-nos encantar pelo murmúrio da fonte que jorra cristalina do manancial inesgotável e, neste tempo de reorganização sussurra: Vamos adiante com alegria, simplicidade e disponibilidade. “Não perca de vista teu ponto de partida!” Irmã Liduína vive em ti, em mim...em nós! Paz e Bem!