Neste mês de março, em que fazemos memória da luta das mulheres pelos seus direitos, tivemos a alegria em participar do Lançamento do livro de Irmã Neiva Furlin, Catequista Franciscana, intitulado "Teologia Feminista: Insurgência e Subjetividades". O evento ocorreu no dia 04 de março, nas livrarias Paulinas, em Curitiba/PR.

Atualmente, Neiva atua como professora no Programa de Pós-graduação em Educação da UNOESC, orientando, também, pesquisas no nível de mestrado e doutorado. 

A dinâmica do lançamento incluiu a apresentação do livro pela autora e depois um debate mediado pelas professoras doutoras em Teologia da PUCPR: Jaci Candiotto e Andréia Cristina Serrato. Contou com a participação de outras duas teólogas: María de Lourdes, doutora em teologia da Puc-Rio e Ivenise Santinon, doutora em teologia e professora da Puc de Campinas/SP, que vieram representar o grupo de estudo TeoMulher. O debate foi intenso, porque a partir da análise feita pela pesquisa de Neiva, do ponto de vista sociológico e com base em teorias foucaultianas e feministas, as teólogas foram expondo os desafios que ainda experienciam e pontos a ser potencializados no universo da teologia elaborada pelas mulheres.

Representaram as Irmãs catequistas no lançamento do livro de Neiva Furlin, as irmãs Lucimar Tecchio, Maria Lucélia A. Silva e Ivete Maria Téo. Contamos, ainda, com a sintonia de muitas outras irmãs da congregação.

Segundo a autora, “o objetivo do livro é visibilizar a Teologia Feminista como um discurso potente para a emancipação das mulheres no seio das Igrejas e como uma voz dissonante que, embora marginal, consegue produzir rachaduras nas narrativas dominantes, que historicamente inferiorizaram e desqualificaram as mulheres para as atividades intelectuais e de liderança eclesial”.

A autora ainda ressalta que o livro trata  “dos sujeitos da teologia, da crítica feminista à construção do conhecimento pautado em valores androcêntricos e seu impacto na construção da identidade feminina, do chão temporal do nascimento da teologia feminista, da diferença e as aproximações entre a teologia feminista dos EUA e da América Latina, das bases teórico-metodológicas da teologia feminista, do outro lugar das teologias elaboradas pelas mulheres e  das tensões em torno dos saberes produzidos por teólogas desde a perspectiva do feminismo e dos estudos de gênero”.

Neiva também argumentou durante o lançamento do livro de que o mesmo “não é apenas uma obra teórica, mas é também um manifesto de resistência e insurgência, porque a obra se posiciona claramente contra a colonização dos saberes e de seus efeitos na vida das pessoas e contra as estruturas androcêntricas que ainda permeiam a nossa sociedade e que têm sido perpetuadas pela religião e pela cultura”.

Segundo Neiva, lançar este livro em uma data próxima ao Dia Internacional da Mulher, é uma forma de convocar mulheres e homens a lutar por uma sociedade mais igualitária também no cenário religioso, que ainda mantém fortes estruturas que produzem desigualdades. Nesse sentido, a autora considera que “a teologia feminista não é apenas uma questão de teoria ou de debate acadêmico, ela é uma ferramenta poderosa para a transformação social, para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva para todas as pessoas”.

Parabenizamos a Neiva por essa contribuição para a igreja e a sociedade.