"Nosso Deus

é muito cordial !" 

A experiência missionária vivida na Casa Mãe – Horto Irmã Eva, nos dias 17 a 21/11/2025 em Rodeio-SC, foi para mim um profundo reencontro com as origens, com o espírito fundacional da Congregação e com a espiritualidade que sustenta o ser e o fazer das Irmãs Catequistas Franciscanas, espiritualidade esta que, como raiz fecunda, germina e frutifica em tantos espaços de missão.

Desde minha chegada, senti-me acolhido por um ambiente que respira memória, história e fé. Cada detalhe, cada canto daquela casa sagrada parece revelar, com delicadeza, o legado de Amábile, Maria e Liduína: mulheres cujo SIM generoso permanece vivo e inspirador.

Estar em Rodeio significou beber da fonte. Nos espaços da Casa Mãe, na Casa do Sim, junto ao Túmulo das Fundadoras, pude tocar a beleza de uma história que continua se fazendo presente. Ali compreendi, mais profundamente, a força do carisma e o ardor missionário que acompanha o caminhar das Irmãs.

O Horto Irmã Eva, em particular, revelou-se um lugar de contemplação e serenidade, onde o Espírito sussurra através do silêncio, da natureza e da história preservada com zelo e amor.

Agradeço às Irmãs que, com carinho e sensibilidade, ajudaram-me a celebrar os 800 anos do Cântico das Criaturas em cada gesto de vida e cuidado expressos naquele espaço. Essa vivência reacendeu em mim o desejo de servir com maior entrega e liberdade interior.

A missão me chamou a revisitar minhas intenções, a abrir o coração e permitir que a graça continue moldando meu caminho. A mística francisclariana - tão viva naquele ambiente - conduziu-me à simplicidade, à fraternidade e à alegria, valores que quero levar com fidelidade para minha vida pessoal e missionária. Compreendi de modo novo o que significa ser irmão e irmã do povo: alguém que caminha junto, que escuta antes de falar, que aprende antes de ensinar e que se deixa transformar enquanto serve.

Essa identidade viva e pulsante reavivou em mim o compromisso com o Evangelho, com os empobrecidos, com a Casa Comum e com todos aqueles que mais necessitam de cuidado e presença.

Retorno com o coração cheio de gratidão pela acolhida, pela escuta, pelo afeto e pela fraternidade experimentados. Saio convicto de que até aqui o Senhor nos conduziu - e Ele seguirá nos conduzindo.

Rodeio não foi apenas um tempo de missão, mas um marco espiritual, um encontro fundante que reacendeu minha vocação, revigorou minha fé e renovou meu desejo de servir com inteireza. E, como recorda nossa querida Irmã Liduína Venturi, guardo comigo a certeza de que: “Nosso Deus é muito cordial.” Paz e Bem!