pg incial 2018

Você está aqui: HomeNotíciasProva de amor maior não há que doar a vida pelo irmão (Jo 13,1-15)
15 Abril 2014
Prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão (Jo 13,1-15)

João 13,1 – A passagem, a páscoa de Jesus

Finalmente, chegou a Hora de Jesus fazer a passagem definitiva deste mundo para o Pai. Esta passagem através da morte e ressurreição é motivada pelo amor aos amigos: “Tendo amado os seus, amou-os até o fim!” É o êxodo, a páscoa de Jesus, que vai abrir a passagem para todos nós, de volta para o Pai.

João 13,2-5 – O lava-pés: dois contrastes

Chama a atenção a maneira contrastante como João apresenta a cena do lava-pés. Ele diz que Jesus e os discípulos se encontraram à mesa numa refeição. Para os judeus, a comunhão de mesa era um momento de muita intimidade, onde só participavam os maiores amigos. Mas aqui, Judas, que já tinha decidido entregá-lo, está presente e participa. O amor de Jesus é maior. Ele aceita Judas na mesa. Este é o primeiro contraste. Há outro, Jesus veio do Pai e volta para o Pai. Mesmo sendo de condição divina, ele assume a atitude de empregado e de escravo. Coloca um avental e começa a lavar os pés dos discípulos. Começa a realizar a profecia do Servo de Deus (Is 42,1-9). É a imagem de Deus servidor que contrasta com a imagem do Deus todo-poderoso.

João 13,6-11 – Reação de Pedro

Pedro reage. Não quer aceitar que Jesus lhe lave os pés. Jesus diz que, se Pedro não aceitar que lhe lave os pés, não vai poder ter parte com ele. O que significa isto? É que Pedro tinha dificuldade em aceitar Jesus como Messias Servo que sofre. Pedro queria um Messias  Rei que fosse forte e dominador. Nos outros evangelhos, Pedro recebe a crítica de Jesus: “Vai embora, Satanás” (Mc 8,33). Ele tem que mudar de ideia e aceitar Jesus do jeito que Jesus é, e não um Jesus de acordo com o seu próprio gosto.

João 13, 12-15: Bem aventurança da prática

Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus tira o avental, recoloca o manto, senta novamente na cabeceira da mesa e começa a comentar o gesto. Ele pergunta: “Vocês entenderam o que eu fiz?” Parece que não tinham entendido, começando por Pedro. E continua: “Se eu, sendo mestre e senhor, lavei os pés de vocês, vocês também devem lavar os pés uns dos outros”. Em outras palavras, quem quer ser o maior deve ser o menor e o servidor de todos. Aqui, nesta prática humilde do servo está a raiz da verdadeira felicidade: “Se vocês compreenderem isto e o praticarem serão felizes!” Diz a  Primeira Carta de João: “Filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas com ações e em verdade” (1Jo 3,18).

Alargando

A última ceia e o lava-pés no Evangelho de João

Mateus, Marcos e Lucas descrevem como Jesus instituiu a Eucaristia durante a última ceia. João descreve a instituição a Eucaristia. Será que esqueceu ou achou que não era importante? É que João tem a sua maneira de descrever a Ceia Eucarística. Ela está no capítulo 6, onde fala da multiplicação dos pães para o povo (Jo 6,5-15). Está no longo discurso sobre o Pão da Vida (Jo 6,22-71). Está aqui no capítulo 13, onde insiste no serviço amoroso, simbolizado no lava-pés (Jo 13,1-17). Está no capítulo 19, onde descreve a morte de Jesus como cordeiro pascal (Jo 19,31-37).

A ceia narrada no Evangelho de João é bem diferente daquela narrada nos outros evangelhos. Aqui no Quarto Evangelho não se fala em comer o corpo e beber o sangue de Jesus num memorial até que ele venha (1Cor 11,23-26). No Evangelho de João, o pão e o vinho são substituídos pelo gesto de lavar os pés de seus discípulos e discípulas. Gesto de amor e de entrega que precede e conduz à sua glorificação. “Tendo amado os seus, Jesus amou-os até o fim” (Jo 13,1). Este mandamento de serviço e de amor é que purifica qualquer pessoa que queira seguir Jesus (Jo 15,3).

O gesto de lavar os pés não é feito antes da ceia, mas durante a ceia. Jesus não quer fazer um mero gesto de purificação ou de higiene. Durante a ceia ele se levanta, tira o manto, que é um gesto de entrega e de serviço, e ele mesmo derrama a água na bacia para lavar os pés de seus discípulos. Quando chega diante de Pedro, este toma o gesto de Jesus como se fosse de fato um gesto ritual de purificação e não aceita que Jesus lhe lave os pés. Jesus corrige a interpretação de Pedro e dá o sentido verdadeiro. O gesto do lava-pés significa que a verdadeira purificação acontece na entrega e no serviço. Significa também que Jesus é o Messias-Servo, anunciado por Isaías. Por isso, se Pedro não aceitar tal gesto, não poderá estar em comunhão com Jesus. Para Jesus, os que aceitam sua mensagem, suas palavras e seus gestos, estão puros e prontos para o Reino. O que purifica a pessoa não é a observância da Lei, mas sim a prática das palavras de Jesus. Quem for capaz de amar como Jesus amou, receberá o Espírito que é serviço gratuito aos irmãos e irmãs. Este exemplo ele nos deixou. Mas na ceia nem todos estavam puros. O adversário se fazia presente em Judas. Mesmo assim, Jesus lava os pés de Judas antes que ele saia para cumprir sua missão. O amor vence o ódio.

Carlos Mesters, Mercedes Lopes e Francisco Orofino

Texto extraído do livro RIO-X DA VIDA – Círculos Bíblicos do Evangelho de João. Coleção A Palavra na Vida 147/148. Autoria de . CEBI Publicações.

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Cebi

Adicionar comentário


Código de segurança
Atualizar

Direção
Isabel do Rocio Kuss, Ana Cláudia de Carvalho Rocha,
Marlene dos Santos e Rosali Ines Paloschi.
Arte: Lenita Gripa

Serviços - logo branca
JFC

Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas
Rua Des. Nelson Nunes Guimarães, 346
Bairro Atiradores - Joinville / SC – Brasil
Fone: (47) 3422 4865