Memória agradecida,
já escuto teus sinais...
Queridas irmãs, formandas, amigos e amigas do Carisma, na certeza do amor e da fé que nos irmanam, chegamos desde Fátima de São Lourenço, chão sagrado e fecundo da presença de Deus que nos acolhe e nos envolve com sua ternura de mãe, para partilhar com vocês as surpresas e maravilhas que Deus realizou em nós nestes dias de retiro. Um verdadeiro tempo de graça, de encontro, contemplação e revigoramento nos braços e no coração daquele que é o Sumo Bem.
Nosso retiro aconteceu nos dias 20 a 27 de julho, orientado por Frei João Carlos Karling -OFM e Irmã Rosane Sturm - PCC. Participaram 28 irmãs sendo: 08 da PAMA, 02 Salesianas Filhas de Maria Auxiliadora e 18 da Província Santa Teresa.
O retiro foi conduzido por Frei João e Ir. Rosane pela mística da memória agradecida. Memoria agradecida, recriativa e de comunhão: Onde eu estou, minhas irmãs todas estão, as criaturas estão, a criação inteira está... e o Espírito plenifica toda esta realidade.
O foco do centenário foi alimentado pelas Linhas Inspiradoras, Fontes Francisclarianas e a Evangelio Gaudiun. Papa Francisco pela sua partilha de visão de mundo e de Deus contribuiu pela E.G. para olharmos como estamos vivendo a nossa consagração religiosa. A conversão das atitudes nos fará retomar a essência do seguimento a Jesus Cristo.
Os assessores conduziram o grupo a rezar esta memória agradecida por meio de sete passos que foram: chamadas à vida: Eu o Senhor te chamei; Chamadas a Fé cristã: Vem e segue-me; Chamadas ao absoluto de Deus: Só Deus é bom; Deus na minha história: O Senhor está realmente neste lugar e eu não sabia; Recriar a história: comecemos de novo; Deixar Deus conduzir: Senhor, que queres que eu faça? e Ação de Graças: Síntese - Contemplação - Ação. As reflexões destes subtemas nos conduziram primeiramente a olhar para o chão sagrado de nossa existência e nos reconhecermos como um milagre, a contemplarmos o ventre de nossa mãe como o primeiro santuário de nossas vidas e aí percebermos o quanto somos preciosas aos olhos do nosso criador e que desde sempre e para sempre existimos na memória e no coração de Deus. Somos uma escolha pessoal de Deus, um gesto de seu amor, e nossa existência não é uma decisão nossa e sim da mente de Deus para a existência em vista de uma missão.
Diante desta certeza que somos filhas muito amadas tomamos plena consciência de que, por graça de Deus, somos marcadas e seladas na fé cristã desde a nossa infância e que nossa história de fé é uma herança recebida gratuitamente e pela fé somos chamadas a participar da morte e ressurreição de Jesus. Conscientes de que esta participação supõe que nos deixemos guiar pelo Espírito, cuidar da própria transparência interior tirando a casca de “mundanismo” à qual somos mais tentadas, para ser mais verdadeiras, mais de Deus. Esta verdade nos levou a agradecer a Deus pelas pessoas que foram ancoras em nossa vida de fé e conseguiram em meio às realidades deste mundo viver como verdadeiras pessoas de Deus deixando-nos a Fé como herança.
Fomos interpeladas e desafiadas a viver nossa Fé e confiança em Deus nas atitudes diárias, na busca de fraternidade pela graça de nossa consagração religiosa, pois somos religiosas com a missão de amar na radicalidade batismal, convidadas fortemente por nosso querido irmão Papa Francisco a combater com decisão a cultura do descartável que pode ou já entrou em nossas vidas, reconhecendo e difundindo os bens fundamentais de cada pessoa; somos chamadas a ter coragem de exprimir ternura, sobretudo para com os mais fracos do reino. O Papa Francisco ainda nos deixou no coração outro apelo, a não privatizarmos o amor, mas com a inquietação de quem procura, “procurar sempre, sem tréguas, o bem do outro, da pessoa amada”.
Saímos deste retiro com uma grande certeza: a vida é uma relação amorosa e misteriosa entre Deus e a pessoa humana. Embora transcendente e santo, Deus está sempre em relação viva com as suas criaturas. E toda pessoa aberta e disponível, torna-se um santuário onde Deus se manifesta, criando e recriando vida e história.
E com certeza interpeladas sim a sairmos de nossa autorreferencialidade, tendo coragem e determinação para romper com a mulher velha, queremos nascer de novo em Jesus Cristo, buscar um novo jeito de ser e viver no amor e assim reconstruir a nova mulher em Deus no meio dos pobres que com certeza são e serão sempre para nós, porta do céu.
Comentários
Francisclariana.
Com Carinho Fraternal .