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20 Agosto 2015
Frei Polycarpo Schuhen, o zeloso missionário

Neste ano do Centenário da nossa Congregação, na celebração da passagem de Frei Polycarpo para junto de Deus, aos 22 de agosto de 1939, é importante que façamos memória de sua vida.

O que sabemos sobre o nosso fundador, Frei Polycarpo Schuhen? – Vale a pena determo-nos alguns minutos, sobre sua vida, pois foi ele o porta voz de Deus, fazendo o convite às jovens filhas de Maria e de São Francisco, para assumirem a missão junto às comunidades carentes de educação e catequese. O “Sim” generoso dessas jovens corajosas resultou no nascimento de nossa congregação. 

Oxalá, o testemunho do zelo missionário de Frei Polycarpo suscite em cada uma de nós, Irmãs Catequistas Franciscanas, um novo vigor na recriação do nosso carisma!

Inicialmente, tomemos conhecimento de respostas à entrevista de Irmã Ede Maria Valandro a algumas irmãs que o conheceram pessoalmente. Irmã Ede as registrou no arquivo histórico da congregação. Eis o que relataram:

v   Frei Polycarpo gostava da catequese e das crianças. Interessava-se por ela como coadjutor e também depois ao ser pároco. Ocupava-se pessoalmente com a catequese.

v   Era severo e exigente, mas humano. Um anjo na terra. Um anjo de bondade. Às vezes se precipitava. Era rústico, mas bondoso. Como vigário da paróquia era extremamente zeloso.

v  Durante nossas férias, quando nos reuníamos em Rodeio, ele nos dava aulas e nos ensinava como dar a doutrina. Dava-nos também formação, sobretudo formação franciscana. Deve-se, pois, crer que o que se encontra nos regulamentos sobre a vida franciscana, e não é pouco, é o que ele conseguiu que as Catequistas vivenciassem.

v  Era ele quem sempre pregava o retiro ao final de cada ano, para nós, Catequistas. Fazia também palestras. Com o binóculo do convento observava as Catequistas nos trabalhos da roça e outros.

v  Ele mesmo convidava as moças que lhe pareciam aptas e competentes, para fazer parte da Companhia das Catequistas, e se alegrava muito quando chegava mais uma candidata. Chamava-as de “filhinhas” (figliole) e as animava muito nas “conferências” que lhes fazia.

v  Contudo, sentia-se muito pouco apoiado pelos seus confrades que, ante aquela tão inovada forma de vida, lhe diziam: “mande embora essas moças, que isto não vai dar em nada”.

v  Colaborava também com as irmãs da Divina Providência, mesmo em tarefas não escolares. Assim, esmerava-se em procurar ervas medicinais que a competente farmacêutica irmã Hedwiges, na pequena farmácia de Rodeio, utilizava em seu “laboratório”.

v  Dedicava-se também às Catequistas individualmente. Como era também vigário da paróquia, visitava frequentemente, ao menos as casas que ficavam mais próximas de Rodeio.

v  Era muito comunicativo e amigo. Sempre alegre e disposto. Ele rezava muito e fazia penitências. Em União da Vitória, gostava de hospedar em sua casa, os padres das paróquias vizinhas. A maior alegria dele era quando chegava alguma Irmã Catequista. Perguntava das mais antigas. Informava-se sobre o andamento da Companhia. Queria saber se todas estavam contentes e se elas se queriam bem...

Veja no anexo outros dados interessantes sobre o zeloso missionário e fundador de nossa congregação, também arquivados pela Irmã Ede Maria Valandro.

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmã Anita David

Comentários  

#2 Professor Nivaldo Antônio Oliskovicz 14-11-2017 22:05
Tenho em mãos um relado de frei Deodato que fazia parte da paróquia de União da Vitória e foi ele que fechou os olhos de Frei Polycarpo, quando faleceu. A introdução desse texto, escrito logo depois do falecimento, diz:Frei Polycarpo: um educador incansável... De Santo Amaro da Imperatriz, frei Polycarpo foi enviado para Não-Me-Toque (RS), lá permanecendo entre os anos de 1926 e 1931. De 1931 até 1939, exerceu seu apostolado em União da Vitória (PR). Em 1934, há o registro de uma palestra proferida aos padres jesuítas em Porto Novo. Nesse texto, é possível observar que, para frei Polycarpo, o elemento fundamental era a instauração e a preservação da fé católica. A educação escolar é apontada por ele como um dos principais veículos para atingir esse objetivo
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Em junho de 1899, desembarcava em terras brasileiras, na Baía, onde as lendas falam que é o berço da nossa Pátria, um moço religioso de nome Frei Polycarpo Schuhen OFM – da Ordem Franciscana Menor – em cuja ordem professara um mês antes, o “voto de pobreza”, com o qual conquistaria, mais tarde, o coração das populações onde vivera com tanto ardor e profunda fé cristã.
Este jovem padre nascera a 17 de outubro de 1873, na localidade de Recklinghause, Alemanha. Co a idade de 13 anos – em razão de sua nova vocação sacerdotal – ingressou no seminário de Harreveld, e foi ordenado padre, em 23 de maio de 1899, na cidade de Paderborn.
Já aqui, no Brasil, continuou os seus estudos teológicos, cujos pendores foram alvos dos maiores elogios dos seus superiores.
Da Baía, onde serviu no convento dos franciscanos, em São Salvador, foi transferido por ordens dos seus superiores para Petrópolis, atuando com imenso carinho como coadjutor da Matriz.
Depois de dois anos de permanência em Petrópolis, em cuja localidade grangeara amigos, em razão do seu temperamento para o trabalho e o estudo da História, da mostrava-se interessado, em constantes visitas à relíquias do passado, do Império Brasileiro, que muitas vezes, de viva voz, ouvíamos as suas descrições sobre a monarquia que ele declarava ter sido uma monarquia que vivera: dentro do “fausto-modesto ”, porque o nosso império nunca abusou do poderio, para suas expansões de poder e riqueza.
Este seu amor pelos estudos e a fé inabalável de criar coisas novas, chamou a atenção dos seus superiores da Ordem, que não tiveram dúvidas em mandá-lo para missões mais árduas e lugares mais difíceis.
E, foi transferido para Rodeio, estado de Santa Catarina. Ali iniciou o seu tempo de trabalho penoso e cheio de dificuldades.
#1 Therezina Franzoi 22-08-2015 00:53
Fiquei feliz em poder ouvir de novo testemunhos tão belos e sábios de nosso querido Frei Policarpo. Aproveito acrescentar algo: Desde criança minha mãe me falou dele embora eu nunca o tinha visto . Disse-me que foi ele quem a preparou para a primeira comunhão. Demostrava guardar muito carinho por ele e pelo que lhe ensinou . Eu ainda não havia decidido ser Irmã Catequista quando Frei Policarpo faleceu e foi mamãe que me deu a notícia com seus pormenores. Sou grata ao Bom Deus e à minha querida mamãe. Que Deus a tenha em sua companhia.

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