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19 Novembro 2019
Força e resistência quilombola!

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Sou a alma que ontem nasceu no mundo.

Sou filha e filho da mãe África, dos olhos de pérolas,
Do sorriso de marfim, dos sons dos atabaques em noite de luar,
Da roda de capoeira, da dança ao toque do tambor de crioula,

Sou da raça que irradia perfume de alegria.
Sou semente da história humana, de vida apesar de tanta dor”.

 Dia 20 de Novembro, em que se comemora o dia da consciência negra, destacamos esta data por homenagear Zumbi dos Palmares, africano que nasceu livre, mas foi escravizado a partir dos seis anos de idade.

Recordando também Anastácia, mulher, resiliente. Na pessoa dela e de Zumbi, contemplamos todo o povo negro que morreu violentamente, pelos que ainda hoje, em pleno século XXI, sofrem discriminação, estereótipos enfim, vários tipos de preconceitos raciais.

Anastácia foi sentenciada a usar uma máscara de ferro por toda a vida, que só era retirada na hora de se alimentar. Suportou por anos a violência do espancamento, imposição..., que só terminou com sua morte. Sua resistência diante da dor e dos maus tratos acabou por incentivar outros negros escravizados, a lutar por sua liberdade.

Os movimentos negros em todo o Brasil buscam um novo processo de organização que se baseia no direito ao território livre, bem como de um modelo político-ideológico pautado na emancipação. Entre as inúmeras comunidades que se organizam e lutam incansavelmente para conquistar sua liberdade e o bem viver está o Moquibom (Movimento Quilombola do Maranhão), localizado na baixada maranhense.

Vale ressaltar que a conjuntura de retrocessos aos direitos tem como conseqüência o agravo da violência contra povos e comunidades tradicionais, que segundo dados da Comissão Pastoral da Terra, foram mais de 30 assassinatos entre janeiro e maio de 2019. Assim, a propositura da ação tem forte incentivo da bancada ruralista no legislativo, que sempre se posicionou contra os direitos dos povos tradicionais, provocando uma série de violências e violações dos seus direitos, que ameaçam a vida destas comunidades.

Com a titulação dos territórios como importantes resultados de suas lutas, os movimentos negros, buscam fortalecer a resistência coletiva de modo a constituir um modelo de organização quilombola emancipatória. 

Com o surgimento de escolas quilombolas e exemplos de produção agrícola, sem agrotóxicos, essas e outras ações, são modelos de vida que se contrapõem ao modelo vigente proposto pelo mercado do agronegócio, fortalecendo assim a luta pelo bem viver e aumento da longevidade dessas comunidades.

Por isso, os quilombolas, têm se organizado através de encontros, conferencias, seminários, simpósios para buscar estratégias de luta e, sobretudo, celebrar sua cultura que vive e pulsa entre seu povo, fortalecendo as alianças com os demais povos e comunidades tradicionais.

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se pode aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar” (Nelson Mandela).

Eu tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos um dia viverão em uma nação onde não serão julgados pela cor da pele, mas pelo conteúdo do seu caráter (Martin Luther King Jr.).

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmã Maria Dalvani Sousa Andrade

Comentários  

#2 Maria de Jesus Moraes 26-11-2019 17:14
Parabéns irmã Dalvani pela construção do texto. Um dia, quem sabe, tudo isso passará, e todas/os nós iremos reconhecer a besteira que fizemos por causa de uma cor de pele.
#1 Lindalva Alves cruz 24-11-2019 11:07
Muito rico a construção do texto, irmã Dalvani, obrigada por esse resgate, reaviva nossa certeza de que sem luta e sem resistência sempre, seremos engolidos (as) pelas novas senzalas das faknews, do ódio, da discriminação e de todo tipo de opressão. Viva a luta, viva a resistência, viva cada irmã catequista na busca por um mundo de irmãos.

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